[MISSÃO CONJUNTA] Sequestro

ão é a primeira vez que me pego admitindo isso - também espero que não seja a última - mas existe algo divertido no meio da vida humana que parece intrigada àqueles cujo o tempo não faz tanta diferença. Ver a maneira como os mortais se comportam, sabendo que a morte uma hora vai chegar, é algo que me fascina e me deixa curioso quanto as suas tentativas de burlar o tempo ou de aproveitar cada segundo de vida como se fossem o último. Não era a primeira vez que eu observava uma festa e tampouco não era a primeira vez do híbrido cujo qual eu narro a história. — Eu me pergunto se um dia você já conseguiu manter essa boca fechada, Agli... Na verdade, eu me pergunto também como meu pai foi capaz de te subjugar com tamanha facilidade, pelo que soube entre os boeiros do inferno. — Eu já lhe disse que você um dia pagará com sua língua por seus abusos, Sirith mas, como sempre, este dia não será hoje e a você eu não devo tamanhas explicações para tal feito. Talvez seja divertido desregular sua voz por conta própria só para que as pessoas ao seu redor percebam o quão diabólico você é de verdade, hein?

Se aproximava do horário marcado com o rapaz da sua guilda e você sabe que precisava sair, não é? Despediu-se com um aceno breve, vestiu o manto cinzento e rasgado novamente e partiu da mesma maneira que chegou àquela taverna: Em silêncio e de cabeça baixa. Fazia um pouco de frio do lado de fora mas nada que aquele café que você conseguiu lá dentro não pudesse resolver, heh? Um gole para esquentar, dois para medir sua paciência e finalmente indícios da aproximação do rapaz ao local marcado. — Estou feliz que veio, sabia? É sempre bom ter alguém para conversar durante momentos como... Este. — Sirith se prendeu em tomar o restante de seu café com um último gole antes de amassar o copo enquanto suspirava. Obviamente ele também se prendeu em manter sua voz e timbres totalmente concentrados para que fosse apenas uma voz bem rouca e não várias ao mesmo tempo.— Você tem alguma ideia de como me ajudar com meu problema? Espero que tenha, na maioria dos casos a separação me parece tão... Inevitável e eu não quero que a criança chore pela perda de um parente. — A arte das palavras era algo que o híbrido sabe bem como utilizar. Era asqueroso e ferino; escolhia com cuidado cada palavra que pudesse dizer apenas para manter a aparência e o charme de bom moço enquanto mantinha ainda a faca nas costas, sedenta por uma carne perfurada e sangue derramado. Não que ele fosse fazer esse tipo de coisa com um aliado de guilda, é claro.

Encostou-se em uma árvore, na entrada da orla. A cabeça pendeu para trás e o suspiro escapou dos lábios ao passo que fechava os olhos e se deleitava com o acontecimento: Um homem estúpido que estava tentando se livrar de nós por que encontrou o amor, hahahaha! Vê se pode uma coisa dessas! — O que o amor não faz com as pessoas, hein, Wolf? Já se apaixonou alguma vez nessa vida ou você leva a sério parte do seu nome e prefere viver como um lobo solitário, huh? — Tão fofoqueiro e curioso... Eu não o julgaria se resolvesse te bater agora por se intrometer em sua vida.

Narração

 

Os homens a saída da guilda, entre os sussurros incessantes e gritos da montanha, ouviam um certo alvoroço diferente do costume por ali. Não que a montanha não fosse agitada nos ultimos tempos, com numerosos membros focos de conversas surgiam por todos os lados, o estranho, era estarem alinhadas daquela maneira como estavam naquele fatídico dia.

"- Aquele investidor?" "- Aquela filha dele é uma nojenta mesmo, como o pai não seria?" Entre outros comentários da mesma linha de pensamento, repercutia justamente o ocorrido que envolvia a missão de ambos os jovens. Mulheres, homens, vários dos presentes em cantos distintos do local poderiam servir de fonte de informação para ambos, mas, deviam tomar cuidado, poderia haver alguém dentre eles que fosse um espião do tal homem. Era um homem de recursos afinal.