[Entrada Conselho] Jasmine

Meus olhos estavam encantados com aqueles mutirões de pessoas peregrinando de um lado para o outro, andavam numa velocidade enorme pareciam estarem correndo contra o tempo, como se a morte fosse chegar há qualquer instante. As crianças correndo com brinquedos nas mãos, outras mais acanhadas segurando nas saias de suas mães e assim meus olhos iam captando toda aquela energia boa em poucos minutos em Era. Nos campos ainda ouvia muito dizer na cidade e em como os cavaleiros do conselho botavam ordem em tudo, não deixando passar qualquer trapaça e de fato, isso tinha que se aplicar nos campos também. Eu mesma não estava mais aguentando ver tanta hipocrisia á aqueles que dão a vida pelo o campo. Cerrei meus punhos lembrando do quanto eu e meus pais fomos extorquidos, mordiscando meus lábios inferiores com raiva.  

— Foco, Jasmine. — Indaguei a mesma, balançando a cabeça e voltando ao meu propósito para a que vim para Era, e o objetivo era conseguir ser uma cavaleira do conselho. Suspirei fundo rumando para o topo onde estava o conselho. A caminhada demorou alguns minutinhos e até que me deu um leve cansaço, mas nada que pudesse me atrapalhar a continuar passando pelos os portões enormes de longe observava alguns guarda na entrada. Me aproximei deles esperando um deles iniciar a conversa comigo.  

(C) Ross

Enquanto os guardas do portão avisavam a minha chegada, tirei aquele pequeno tempo para observar os cavaleiros e exatamente duas cavaleiras calçando suas vestimentas e calçados duros e barulhentos que expeliriam no topo da montanha. Vestir aquelas mantas deviam sentir uma sensação única e prazerosa, talvez de poder, afinal os cavaleiros botavam ordem em quase tudo e isso era digno de se orgulhar todos os dias quando vinham trabalhar. O ar puro que vinha pelas montanhas subindo até onde estava era magnifico, dava prazer em estar ali tão cedo mesmo sem saber se poderia dar certo meu sonho de fazer parte do conselho. Quando menos esperei voltei minha concentração para uma moça baixa, da mesma estatura que a minha, referindo palavras a mim como se fosse uma membra.  

Fitei-a com aquela cara de quem não estava entendendo nada, e certamente não estava. Demorei alguns segundos para me tocar o que estava acontecendo e tomar uma iniciativa para explicar minha vinha. — Oi, moça. Eu não sou uma cavaleira. — Clamei com uma certa timidez em minha fala, logo ponderando o que iria dizer a mais para ela. — Me chamo Jasmine, e eu procuro ser uma Cavaleira do Conselho, você é a comandante? — Dialogando melhor com ela, fui direta ao ponto sem dar segundas intenções para ela não duvidar que eu fosse uma membra.  

(C) Ross

Ela havia cismado que eu era uma cavaleira e ainda por cima ter visto meu rosto único naquele lugar, mesmo sendo uma mera camponesa, sem dúvidas ela estava se confundindo com uma garota muito parecida comigo dando a impressão de ser eu. Me mantive inerte enquanto rodeava meu corpo parecendo analisar e ver se tinha vocação alguma para ser uma membra do conselho, engoli seco aquele momento estava me deixando um pouco tensa e com receio da mulher. Sua fisionomia facial parecia não querer muita conversa ou entrosamento comigo. Segurando uma pequena planilha dei olhar o que estava escrito nela, contudo as letras estavam muito pequenas e dificilmente consegui entender o que estava escrito, tirando o título que era a única coisa que poderia ser lida facilmente. — Perdão. —  Sussurrei, abaixando minha cabeça me redimindo pelo meu erro, voltando a posição ereta. Ao fim de suas palavras sobre as vagas terem fechadas ontem de noite, esbocei uma afeição de fracasso por não ter conseguido ter vindo ontem, rapidamente ela deu uma pequena oportunidade, mas não parecia ser justo, porém não disse nada.  

'' Lutar com ele não me parece ser justo, errar é humano, e nem por isso devemos ser jogados no lixo assim.'' Disse a mim, fitando a moça se afastar pedindo uma roupa adequada para entrar em combate com o mero cavaleiro que ligeiramente estava tremendo, talvez com medo da sua comandante, e disso eu poderia entender digamos. —  Ei ei, senhora. Eu não vim para lutar, meus motivos não são puramente combate. —  Movimentei meus braços em forma de cancelamento para não trazer as vestimentas, indo até a comandante. —  Eu vim dos campos, sou uma camponesa. Desde pequena ouvi falar muito bem do Conselho, por ser algo que faz a diferença, faz justiça. E lutar contra esse mero soldado não é justo, não quero tirar a vaga dele, ele teve seus méritos. Eu vim para a cidade grande justamente para encontrar a justiça que meu povo nunca teve, e dar seguimento aquilo que sigo, trazer a paz. —  Fitando os olhos dela, disse verdadeiramente esperando que ela pudesse entender que no fundo não estava ali para combater e muito menos roubar um posto que não é meu. —  Se for para lutar, eu prefiro me retirar. Não é de luta que preciso. —  Murmurei baixo, dando dois passos para trás.  

(C) Ross

— Sim, sou. — Clamei com a voz falha, esperando ela perguntar sobre minha magia, porém acho que não se interessou em saber, apenas em ficar me analisando de frente para trás como se eu fosse uma nova mercadoria pronta para ser usada. Sentindo seu toque gélido em meu queixo, paralisei por completa diminuindo minha respiração, ouvindo o elogio singelo e bem observado por ela em minha pronuncia. — Obrigada. — Agradeci baixo, esboçando um sorriso tímido com ela me mandando seguir e foi o que fiz, lhe segui esperando mais perguntas ou informações de como poderia ser uma cavaleira do conselho. Passei no meio dentre os cavaleiros com as mãos para trás cruzando meus dedos uns nos outros em passos rápidos para ouvir a próxima pergunta dela. — Não, eu não passo fome e nem miséria. — Discordei balançando a cabeça, e não queria nem cogitar um dia passar por esses momentos, nenhum ser vivo merece algo tão ruim quanto a fome e a miséria. — Eu vim porquê busco justiça de meu povo e para ajudar todos aqueles que precisam. — Complementei, logo finalizando aquela sessão.  

— Ehh...— Quando fui responder novamente ela, estávamos passando por uma enorme porta de vidro com algumas criaturas estranha outras bem feias, porém aquilo me chamou tanta atenção que não conseguia tirar os olhos das criaturas enquanto o vidro não acabar por completo. Eles eram pequenos com orelhas pontudas, duendes ou elfos anões, eu mesma não sabia descrever qual raça eles eram, só poderia dizer que são estranhos. — Desculpe. Sim, a maioria do pessoal acha que é melhor seguir uma conduta esquecendo o resto da humanidade, ou no caso dos andarilhos, serem neutros com tudo, mas isso é meu ponto de vista. Eu li sobre elas, se isso contar como conhecer, sim. — Voltei minha atenção exclusivamente para ela respondendo sua pergunta, sem questionar ou fazer alguma pergunta a ela.  

(C) Ross

Acompanhando os passos dela pelo corredor todo, estava me explicando como efetivamente o conselho funcionava e também com pensamentos parecidos, não poderia negar que iria abandonar os meus para seguir apenas uma única ideologia; há deles. Poderia ser incorreta, porém não devemos fechar nossos olhos e ter apenas uma linha de pensamento. A nossa frente estávamos numa encruzilhada e como não havia o poder de escolher, fiquei a mercê da escolha dela; caminhando pelo corredor destro sem muito o que dizer continuei calada esperando um ótimo momento para me expressar. De longe poderia observar os degradais da escada me deixando completamente desanimada, afinal, porquê todos os lugares grandes possuem escadas? Por mais que fossem grandes, nunca entendi o verdadeiro motivo por terem escadas. — Exato. Acho que também visa muito do olhar das mulheres em verem o que um cavaleiro faz. A primeira impressão que elas iriam pensar é que é um trabalho para os homens, pelo simples fator da sociedade achar que o homem é o protetor da família, aquele que traz o almoço e a janta. Resumindo o homem faz o bruto, porém nós mulheres também conseguimos nos proteger, trazer o alimento e ainda continuaremos sendo mulheres. Talvez não seja culpa das mulheres, mas sim do lhe a sociedade lhe impõe como certo e o errado. — Murmurei baixo, enquanto subias as escadas segurando meu vestido na altura da coxa, quando de repente paramos. Fixei os olhos nela, enquanto proclamou alguma coisa sobre ser vítima. — Creio que não, mas observo os olhares da população quando veem uma mulher no poder ou fazendo algo que é visto como perfeito para as mulheres. Isso me deixa revoltada. — Contestei para ela.  

Cessando os degraus ficamos à frente de uma porta, a comandante sem muito esforço abriu-a e adentrou e como não iria ficar na porta igual uma estátua me juntei a ela. Observando a sala muito bem decorada com uma janela mostrando a vista do quartel, se assim poderia dizer. Acompanhada por uma mesa amadeirada com algumas marcações e papeis, contudo, isso não era o que havia me chamado mais a atenção, e sim, uma armadura muito bem-feita com detalhes em ouro com um acabamento no peitoral em amarelo. Como não estava perto o suficiente para observar detalhadamente não consegui decifrar qual imagem era, mas iria me aproximar dela depois que a comandante me desse o comandando para poder ir vê-la. — Certo. — Concordei com ela, pegando o papel que mostrava os gráficos das darks guilds e o aumento significativamente, vindo com um pedindo para decifrar seu enigma. Mordi os lábios inferiores, olhando para a armadura e pensando se nela poderia ter alguma resposta, e se aquele desenho poderia ser um gatilho para desvendar. — Um momento. — Sai de perto da mesa, indo perto da armadura e analisando o desenho; sim, era um tigre. Mas, porque um tigre? Ou melhor, o que ele tinha em comum com o funcionamento do conselho. Matutei por alguns minutos pensando em alguma resposta para dar para ela, e logo me veio à mente em como o tigre era e seu comportamento e até que poderia fazer algum sentido se fosse muito bem explicado. — Os felinos são animais extremamente fortes e caçadores imparáveis, como os soltados. Gostam de agir na noite, por passarem quase despercebidos por sua velocidade e o final não menos importante, são protetores ...os cavaleiros protegem o mundo dos magos que não sabem usar sua magia não? — Ainda de frente para a armadura expliquei minha linha de raciono, esperando ver sua resposta. — Sim! — Disse firme em minhas palavras.  

(C) Ross