[Treino] Blades and Corrosives

Blades and Corrosives

Unet acordou com uma disposição incomum aquele dia; voltaria para seu aposento somente quando sentisse algum tipo de progresso em seu treinamento, conquista que já tinha se demonstrado rara, visto que ela voltava para casa dia pós dia com a mesma angústia de fraqueza, mesmo negando-a e escondendo no fundo de seu ser. Não aceitaria nunca ser fraca, não aceitaria nunca ser apenas um peso. Ela então caminhou a uma área afastada, em busca de ampliar sua força física, e quem sabe sua agilidade. Sua melhor-amiga de aço, Alvorada, como sempre a acompanhava.

— Ora, que pássaro mais lindo. — A espadachim avistou um jovem de cabelo castanhos escuros com uma espécie de bico. Já tinha o visto anteriormente, mas não recordava aonde. A mulher sorria incessavelmente - tinha achado o garoto até um pouco atraente. — Li uma vez sobre um homem-pássaro tão poderoso que seu bater de asas destruía cidades. Você consegue fazer isso também, docinho? — Questionou, brincando. Ela persistia encostada em uma árvore, olhando-o fixamente. Talvez o fracasso de Yunet em seus treinamentos foi treinar apenas com a solidão.

HP: 300 / MP: 300 / 8m/s

Blades and Corrosives

Espadachim observou o garoto atentamente, assim como as árvores que serviriam como bonecos de treino. Insetos, aves e outros animais perderiam seu lar, mas a busca insaciável do ser humano - e outros - em busca de poder ignorava qualquer outro organismo de vida.

— Que deselegante. — Comentou, após visualizar o movimento do homem-pássaro, perfurando árvores com seu ácido. Seria essa então a magia dele? A mulher esperava algo relacionado a ar, vento, ou quem sabe até golpes violentos com o bico. Total anti-clímax. — Eu prefiro algo mais artístico... — Ela então se aproximou de um tronco distante em sua velocidade total, com sua espada já fora da bainha e em sua mão, esticada para trás. Ao se aproximar da árvore com toda empolgação e fúria, ao contrário de desferir um golpe poderoso, deu um corte na madeira, deixando a mostra o interior do tronco. Corte ali, corte colá, lascas voando e a mulher revelou um desenho na madeira; um esboço de um perfil de um homem com bico. — e também letal. —  Finalizou, atravessando a espada na madeira bem no centro do cérebro de seu desenho. Riu em seguida, como uma brincadeira. Yunet não era lá de saber como brincar. — Prazer, meu nome é Yunet. — Se apresentou, mesmo que já fossem quase conhecidos. Esperava ver mais sagacidade do pássaro misterioso, quem sabe ele não conseguiria fazer uma árvore derreter como manteiga perto do fogo?

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om as ações que o menino tomara, como fazer um corte em sua própria mão e não se apresentar, Yunet deduziu que, ou ele fosse louco, ou mal educado. Quem sabe ambos? Mas, se a espadachim tivesse colocado veneno em sua lâmina como faz antes de um sério combate, aquele corte poderia se tornar algo sério.

— Uau. — Espantou-se e em seguida soltou um sorriso. Aquela magia era devoradora. Naquele espaço e tempo, Yunet não conseguiria se defender de algo assim, por isso achou incrível, assim como a deixou determinada. Determinada a se tornar uma pessoa da qual se defenderia de algo assim facilmente. — Há beleza em seu ácido. — Disse. beleza mortífera, nesse caso. — Algo assim é voraz e súbito, mas não é castigador. — Balançou sua espada no ar, e se aproximou de outra árvore. Desferiu um primeiro corte, deixando um corte profundo na madeira. Aquele cheiro de árvore clamando por sua vida pairava no ar - aquele aroma de perigo, e ao mesmo tempo de alerta, para todas as árvores próximas saberem que algo estava acontecendo. Achava fascinante essa comunicação sensorial. — Nem sempre você quer eliminar, as vezes você quer punir. — Fez outro corte, em sentido oposto, fazendo um x na madeira. Em seguida fez um corte horizontal, chutando o tronco e ele caindo no chão. — Ou talvez pessoas como você só queira eliminar mesmo. — Yunet se aproximou da árvore ao lado e fez um corte tão forte e sucinto que a base da planta estremeceu e ela caiu rapidamente. — O que você prefere? — Perguntou ao pássaro.

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garoto falava ali, falava lá, mas nada que fizesse Yunet temê-lo. Ela permaneceu calada, agora olhando ele com seriedade, franzindo suas sobrancelhas, de certa forma decepcionada.

— Eu não sou lá de me defender. — Ela continuou a olhá-lo, assim como ver cada um de seu movimento. Não sabia sua intenção, mas também não iria subestimá-lo. A espadachim levantou rapidamente seu braço com a espada, como quem fosse utilizá-la, mas jogou-a bem alto para trás, em tentativa de distraí-lo, e com sua total velocidade, deu uma cambalhota na mesma trajetória, só que bem mais baixo. Em seu movimento final agarrou sua espada no ar. — Prefiro atacar. Mas hoje não, passarinho. — Se distanciou mais ainda. Aquele garoto estava cada vez mais agressivo e brusco, não gostaria de ver como ficaria em sequência. — Da próxima vez que vê-lo, estarei mais forte. Até lá, Sasory.— E andou entre as árvores, desaparecendo nos pomos.

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