[RP Fechada/ Atemporal] Looking For a Way

Um desconhecido desviou os olhos ao passar por mim e acenou para uma garota do outro lado da rua. Eu não sei quem era, era só uma garota. Esfreguei minha nuca. Começava a suar, mas não me sentia mais mal. Aquele lugar fedia de certa forma, meu vestido estava endurecendo com o calor e meus pés ficavam cada vez mais dormentes. Mas, apesar de tudo, eu me sentia confortável. Só cheguei ali, queria bater um papo, fazer nada, ver o mundo passar e evitar que papai fosse assediado por uma garota, não conheço ela, mas deveria ser educada, infelizmente papai me demonstrou como ser educada, porque se eu não fosse, chegaria na voadora.

- É um peru? Perguntei ao papai, mas realmente havia um animal de penas atrás da garota, ergui minhas sobrancelha e fiz uma expressão pensativa. - Acho que é pequeno demais para um Peru… É galinha. Concordei com a cabeça para avaliar a minha frase, notei que não se encaixou muito bem com a situação, apenas demonstrei um sorriso e acenei para a gal-garota. - Olá. Virei para o meu pai e falei um pouco triste. - No Centro, na delegacia. Tinha um monte de gente ontem, todas reclamando de ver um palhaço com as vísceras aberta. Sabe como é, acredito que tenha sido engraçado. Acho que temos um maníaco matador de palhaços a solta. Deixei escapar uma risadinha e o abracei, um pouco acima da cintura. - Juro que não fui eu. Aliás, o Kaname Brigou comigo, falou que chamei atenção desnecessária. Bem, isso não fora mentira, mas minhas palavras saíram saíram se toda a culpa fosse do outro membro da Guilda. Respirei profundamente. No fim, bufei. - Só porque joguei uma fumaça nos novatos. Revirei os olhos e me mantive quieta a partir dali.

Nada anda para a frente em linha reta, nada é direto e constante. É por isso, de um jeito meio engraçado, quando eu ganhei um livro sobre como fazer os primeiros socorros. Se eu não tivesse ganho no meu aniversário, eu estaria morta. Provavelmente.

Acho que era meu décimo  aniversário. Ou talvez o de treze anos, por aí. Não me lembro quem me deu o presente. Certamente não foi mamãe, ela já tinha me enviado junto com meu irmão para aquele lugar… Meu papai sanguíneo que não foi, ele é apenas um ser desprezível que prefere a realidade inventada da bebida do que a vida real. Era um tijolão de livro contendo informação, até mesmo ilustrações de passo a passo. E acredito que fora assim que cheguei às histórias de mistério.

Assassinatos, romances de crimes, dê o nome que quiser, eu adoro todas. “É inacreditável. Eu deveria ter pego algo para comer nesse meio termo.” Pensei, boiando um pouco da situação atual. - Eu ainda não comi.  Falei, afogando o meu rosto na região do abdômen de meu pai, continuei abraçada a ele e em seguida forcei o meu rosto para cima e suspirei. - Quem é ela? Disse, sem mover as palavras para ela, sabia que furt iria chamar a minha atenção por isso, mas quer saber, não ligo. Um longo silêncio se formou e eu mergulhei profundamente nos meus pensamentos.  “ Eu não posso continuar desse jeito, né… Esse som da minha própria voz, estranhamente, pouco familiar, o som do meu coração, é, tenho que escutar.”  Me afastei um pouco e permaneci ao seu lado, como se fosse uma criança de 10 anos, esse sempre será o meu jeito de demonstrar que estou pouco confortável com a presença de certas pessoas.

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Cruzei os braços e revirei os meus olhos, nem sempre concordei com o meu pai, muito menos gosto de levar bronca por algo que fiz, apenas ignorei esse fato e suspirei. - Nova? Perguntei, deixando o meu rosto decair um pouco para o lado esquerdo enquanto observava ela.  - Entendi. Me chamo Fuuka. Concordei com a cabeça e logo após isso continuei a abraçá-lo.  - É porque eu não te vejo conversando com qualquer… Pessoa. Respirei profundamente e o olhei. - Eu pensei que iríamos só nós dois, mas tudo bem. Peguei a mão dele e agora fiquei ao seu lado, permanecendo um pouco inquieta.  - Ok, vamos lá, eu pago a minha parte para não pesar muito para você, papai. Demonstrei um sorriso imenso para ele e consequentemente esperei a sua resposta, por mais que tentasse pagar, eu iria pagar a minha parte dá conta, o sentido disso tudo é o simples fato de comer junto a ele, por mais que uma estranha entrasse no meio disso, ficaria comportada.

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A minha fome já estava me incomodando, afinal, não posso culpar a fome de estar me irritando, da mesma forma que não posso culpar uma pedra por ser cor de pedra, posso? Você não diz, agora vem cá, pedra, você pode fazer melhor, pode ser azul brilhante se tentar. NÃO, você é o que é e não há nada que se possa fazer a esse respeito. Quer dizer, olha o Papai, por exemplo. Não é culpa dele se ele é um homem que gosta de conversar com certas pessoas, não posso julgar, nem mesmo uma mosca, um rato, por ser uma coisinha suja e barulhenta, né?

É, eu não estava com um bom humor e isso era imensamente visível, mas tudo mudou quando caminhamos em direção ao estabelecimento e ergui animadamente minha mão para chamar a atenção do atendente.  - Olá, moço, eu quero um bolo de chocolate, torta de morango silvestre e eu adoraria provar uma daquelas, err… Bomba de chocolate! Que vocês tem e também quero um copo de suco.  Concordei com a cabeça e era exatamente isso que eu queria, enquanto olhava a expressão do meu pai em relação ao meu pedido, fora um pouco grande, mas como eu iria pagar, não havia o porque dele impedir.

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