[RP Atemporal - Fechada] Encontros

Kuroi Mirai

az algum tempo a jovem maga aventura-se pelo mundo atrás de informações sobre si e seu passado, incontáveis três cidades pelas quais passou não haviam lhe ajudado de fato, ainda que o crime ocorrera em hargen, os sinais levavam a crer que o seu alvo teria deslocado-se para Magnólia conforme os anos passaram-se, ali, buscando qualquer sinal de seu paradeiro.

Procurar pelas zonas centrais não parecia bom o bastante, alguém assim de fato procuraria distância daqueles que poderiam atrapalhar seus negócios, entre vielas e ruas, caminhava a passos silenciosos, sempre calados pelas estruturas almofadas em seus pés, podia sentir uma brisa leve em seu pelo, balançando seus bigode como o sussurro que costuma ouvir quando o destino lhe reserva algo que marque sua história. Um aliado, um inimigo, uma pista, uma lembrança, não sabia o que encontraria por ali, sabia que apenas que só encontra-se quando busca.

A sua esquerda, fazendo a curva em uma das esquinas, podia ouvir o som de conversas acaloradas e o cheiro de comida que destacava-se do baixo movimentos das demais localidades, o horário apropriado para as refeições, também poderia ser dali que a brisa vinha, dali, onde a brisa desejaria trazer os passos da Exceed. Com sua pata esquerda, sendo naturalmente canhota, empurrava gentil e lentamente a porta adentrando o local, seus olhos passeando o recinto, em um primeiro vislumbre a procuro do homem em si que lhe atormentava em seus novos pesadelos, também aqueles dos velhos. Estes, menos prováveis de estarem ali.

- Um suco por favor, uma limonada, se tiver.

Uma gata bebendo algo assim poderia estranhar, mas, tinhas meus gostos em particular. Sentava-me junto ao balcão, pacientemente esperando se algo me interessaria, não importando-me com os olhares cujo hábito já me fazem ignorar, o orgulho de minha espécie sempre foi maior que o preconceito de outros, não pediria uma refeição entretanto, não estaria sentindo muita fome por toda frustração da ausência de resultados em minhas buscas.

- Encontrar um assassino pode ser mais difícil que parece

Um sussurro baixinho escapava entre meus lábios enquanto aguardava o preparo, deslizando minhas garras no ar como um certo costume do ofício de escrever com elas quando estou em batalha, recentemente, muitas delas me ocorreram.

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Kuroi Mirai

minha esquerda, por cima de meus ombros algo chamava-me a atenção, trivial e sem muitos poréns, em um dia comum passaria despercebido a mim, entretanto, aquele dia estaria sensível aos detalhes devido toda a busca. Um jovem incomum assim como sua aparência me saltava aos olhos, não por seus traços físicos mas por uma atitude incomum, a de desviar seus olhos após olhar para mim.

Não era incomum que todos me olhassem, naquele mundo de humanos eu era uma estranha de fato, mas, não sendo uma figura que normalmente represente ameaça em geral, as pessoas fazem como querem e encaram, de fato, considerando-me um animal qualquer como um felino que encontram na rua e que apenas desenvolveu o dom de falar. Meu suco chegava, contrastando em tom ao que o jovem pedia, salientando que laranja é um suco que particularmente não é de meu agrado.

Levo o copo a boca tomando um gole, apesar da localização afastada e duvidosa, o sabor era de fato bom trazendo uma certa surpresa, uma boa surpresa, pedir comida, um pouco ao menos, poderia ser uma boa opção, levantava novamente minha pata para um pedido, lembrando dos sabores da cidade de minha guilda para o realizar do pedido um tanto natural, que na verdade era uma surpresa que de fato teria ali e que seria preparado sem nenhum porém.

- Um prato pequeno de anchovas por favor.

Viro-me para o lado observando o que antes fazia o estranho ato de desviar o olhar, meus olhos como luas de sangue, grandes e vermelhos o fitando sem me incomodar que este percebesse, na verdade, de certa forma era de minha vontade sua percepção. Grande para minha espécie apesar de tudo e experiente em batalha, alguém mais capacitado conseguiria notar que eu não era, normal, dentro de meus noventa centímetros já tinha conquistado muita coisa.

- Desculpa, eu estava precisando de uma informação...

Começava uma conversa qualquer apenas para conseguir notar alguma reação em si, se de fato, existiria alguma razão em particular. Poderia ser a ele que a brisa me trazia consigo? Apoiava minha destra no balcão e buscava um semblante gentil e leve, apesar da pergunta um tanto hostil, se fosse o caso de uma resposta positiva, de uma de minhas missões ou treinos, ou mesmo alguém de antes de eu ser maga, estaria sendo inclusive desconfortante.

... nos conhecemos antes?

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Kuroi Mirai

garoto virava-se a mim, certamente era belo aos padrões humanos, que em verdade, eu sabia muito bem considerar. Já havia sido uma afinal. Me explicava um pouco de si, Kira era seu nome, Kira tatsuya, dava-me conta inclusive de que não havia me apresentado. O mesmo era um mago como eu, de uma das guildas mais conhecidas, vinha de Oshibana e não tinha muito a dizer sobre essa cidade por não tê-la conhecido.

- Não preocupe-se, meu nome é Kuroi Mirai, mas sou chamada de Kurai ou Blood Moons(luas de sangue)...

Dizia sorrindo mais relaxada inclinando-me um pouco em sua direção e levando uma pata próxima a meus olhos para explicar a alcunha e porque era chamada assim, afinal, alguma confusão podia dar-se pelo nome relacionado ao que vertia em batalhas mais agressivas.

... por causa dos meus olhos, vê?

Em seguida recolhia-me um pouco a minha postura anterior e deixava meu corpo deslizar na direção do balcão praticamente deitando-me neste sem perdê-lo de vista, aguardando minha comida e desenvolvendo também a conversa, como uma forma desabafo junto a tentativa persistente de informações.

- Sou uma maga como você, minha guilda é a Blue Pégasus. - dizia mostrando com uma pata o centro de minha calda onde a marca da guilda estava disposta - Vim aqui a procura de um assassino que desejo capturar, entretanto, faz muito tempo que ele cometeu este crime e isto torna tudo mais complicado...

Uma pausa me era feita de forma dramática, muito porque a tentativa de captura parecia ridícula quando eu dizia a quantidade de tempo exata do ocorrido, assim, escolhia apenas mascarar o ruim em algo menos pior com uma frase mais leve que ainda demonstrasse o quão frustrada estaria.

- ... fazem alguns anos...

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Kuroi Mirai

luía de alguma forma nossa conversa, um tanto leve e um tanto tensa. Sua confusão não era injustificada, também não me causava revolta, não era como se o sexo de todos pudessem ser avaliados por sua aparência (oi Asuka), assim, eu apenas sorria com sua afirmação de maneira leve o respondendo tranquila em seguida.

- Não preocupe-se, eu sou bem alta para minha espécie e é difícil distinguir só de olhar por vezes... apesar de, que minha vestimenta denuncia bastante...

Sorria novamente de maneira mais espalhafatosa e talvez xenofóbica, quem sabe, de onde o garoto vinha era costume que os homens usassem saias juntamente a capuzes de orelhas fofinhas, o mesmo ainda podendo ser apenas para guardar as próprias orelhas. Ainda que o mesmo não estivesse dentro destes padrões, não conhecia sua cidade o suficiente para determinar e deixaria por isso mesmo.

- Você certamente gostaria da minha guilda, há mais três Exceeds que me são conhecidos por lá além de algumas outras... espécies de não humanos, pelo menos não humanos como você conhece. Fica em Hargen, se por algum motivo passar por lá nos procure para uma conversa amigável ou comer algo.

Aquela altura da conversa, já não importava-me muito em revelar a posição da nossa guilda, também não era nenhum segredo difícil de encontrar-se informações, afinal, era uma guilda grande que saía em jornais e notícias que correm de boca em boca, assim como também esperava que ocorresse comigo mesma dentro da minha carreira como maga. Knov era um espelho para mim em determinação e centrismo.

Por fim a conversa encaminhava-se ao destino inevitável de minha busca, afinal, aquilo era o começo e o fim de tudo. Era questionada a respeito do tal assassino que havia mencionado, levando a pata ao queixo um certo sorriso melancólico me escapava, seria de fato explicar o que ocorreu e ainda levantaria desconfianças desnecessárias sobre minha sanidade no mesmo, coisas que eu preferia evitar aquela altura.

- Digamos que alguém importante para mim e que é pessoal, esta pessoa morreu protegendo um outro alguém importante para mim. Era um homem de cabelos compridos que governava uma certa facção criminosa, eu sei que ele era mago, usava uma magia negra que assumia formas físicas... pesquisei a respeito dessa magia graças a ele mas ainda não tenho formas de enfrentá-lo diretamente, sei também que um de seus capangas era um magrelo careca que usava magia de gravidade, este estou mais familiarizada com formas de enfrentar... mas...

Uma das patas ia para trás de uma de minhas orelhas a coçando em sinal de indignação enquanto meu prato chegava, tinha um cheiro bom e meus olhos corriam até si por um instante quando colocado ali, logo retornando ao mago da Sabertooth.

- ... não consigo encontrá-lo, sempre que parece que me aproximei, estou longe.

Terminava a frase levando um palito por ali até uma das tiras do peixe disposto ao prato e levando a boca para me deliciar, não porque estava de fome de fato, mas, porque o gosto estava realmente bom, o restaurante era digno de seu movimento.

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Kuroi Mirai

inhas palavras findavam-se e as do jovem iniciavam-se, de inicio algo sobre minha guilda e querer conhecê-la, falaria também sobre a sua guilda e responderia ao convite com outro, de fato eu conhecia a respeito de sua guilda, mas, nunca tinha ido a ela e conhecê-la seria de fato algo a acrescer em minha jornada, mais um ponto adicionado em minhas viagens.

- Certamente irei conhecê-la, até lá você já vai ter algum chegado por lá, não precisa pressa para essas coisas.

Ao decorrer das palavras, não somente meu humor nublava-se como o dele também, talvez, devido a todas circunstâncias posteriormente explicadas, certamente mais do que a mim. Eu havia sido a vítima do meu próprio crime, isso tinha um caráter estranho de dor imaculada, sem toque profano de outrem e um ódio puro que habitava só em mim, por outro lado, eu não havia de fato perdido ninguém que me era importante. Além disso, eu era decidida a sempre ver o lado bom das coisas e seguir, o lado bom era que eu tinha ganho uma segunda chance, não parecia ser o seu caso.

Uma guilda negra havia atacado sua guilda quando ele ainda era bem jovem, ouvia atentamente tudo em silêncio sem perder nenhum detalhe, todos que lhe eram importantes foram mortos, sua jornada lhe levou até sua guilda atual e seu desconhecimento a respeito de guildas como a Blue Pégasus era devido a tal, a estar previamente afastado do mundo mágico por completo. Por fim uma nova ressalta era feita, uma que me fazia franzir minha testa enquanto ouvia-lhe, ele usava a mesma magia que aquele que me atacara, poderia eles terem alguma conexão? Jamais julgaria uma pessoa pela magia, todas estas são belas e as pessoas quem as tornam feias, porém, o tipo de ligação que poderia existir é alguma conexão sanguínea e minha mente não parava de pensar nas hipóteses.

- Peço desculpas pelo que perguntarei mas, você sabe se algum ramo da sua família é longínqua ou algo assim? Alguém que possua o mesmo poder e possa ser suspeito... eu não sei... me sinto num beco sem saída...

Não queria ofendê-lo e poderia acabar com isto por minhas perguntas, exitava, procurava meios melhores de aquilo pudesse contribuir para mim do que este tipo de pergunta, algo ainda invasivo, mas não ofensivo que este poderia me ajudar, para isso começaria em contraposta uma espécie de apresentação para que este não fosse o único a revelar algo.

- A minha magia... é solid script, eu consigo escrever e criar certas coisas como por exemplo...sombras como as suas, mas de forma mais limitada. Você conseguiria me explicar alguma coisa como ela funciona? Como disse, ainda não tenho bons meios de enfrentá-lo, ao mesmo tempo que busco justiça é inegável o temor de falhar e tudo ser em vão.

Não seria por acaso aquele temor, afinal, isto já tinha ocorrido uma vez. Se eu viesse a perder esta luta, sucumbir perante o meu inimigo de duas vidas estaria apenas jogando minha chance fora. Talvez eu já estivesse o fazendo indo em sua busca, mas não fazia aquilo apenas por mim, não somente eu morri por suas mãos, estão manchadas com as vidas de muitas pessoas.

- Seria comicamente irônico se nossos assassinos fossem o mesmo não é?

Um risinho melancólico me escapava no lugar de uma lágrima, já havia chorado de mais e todas havia se esgotado para aquele assunto.

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Kuroi Mirai

erto era a conclusão de que a brisa me levava até ali, o sussurro de meu destino, de minha alma inerte que habita em mim e tem me guiado, de que, ao fim de tudo era até ele que ela desejava me levar, tudo confirmava-se naquela conversa, me deixando alegre ao menos com o avanço que conseguia ter depois de tanto tempo inerte em minha busca.

Lhe era desconhecido qualquer informação sobre outros membros de sua família que possuíssem tal magia, em verdade, lhe era desconhecido de todo outras partes de sua família, outros núcleos e isto não refutava a ideia de que poderia haver alguma conexão. Ele também descartava a chance de seu seu pai, ele também não me parecia suspeito de forma alguma, Relaxava meus ombros respirando, atenta, terminando minha refeição de maneira rápida.

Durante isto o mesmo explicava sua magia que assemelhava-se a do homem que eu procurava. De todo aquilo ainda era algo que eu deveria pensar em uma forma de lidar, principalmente considerando que não fazia muito tempo sofri com a incompatibilidade de magias ao enfrentar alguém, se o mesmo for mais forte que a mim, só aumenta a gravidade de tudo. Magias de luz não pareciam ser uma boa opção, dentre outras, o combate em pura força bruta não tinha meus olhos, com o tempo bolaria algo mais engenhoso para lidar com aquilo.

Por fim, quando meu comentária ia a seus ouvidos o mesmo apenas, movido por empatia tamanha devido a todos fatores condizentes entre nós, concordaria com a ironia com que o destino brincava conosco, principalmente se aquilo provasse-se verdade. Se não fosse também, não seria nenhum problema auxiliá-lo também em sua busca e receber sua ajuda, no fim, todos aqueles que necrosam a beleza que toda magia possui devem lhes serem as devidas punições.

- Certamente podemos fazer isso, eles não ficaram impune... Talvez quando minha jornada de fato começasse, meu apelido poderia não ser somente por meus olhos, pois se a justiça não funciona, talvez eu pinte este céu que vejo a porta ao lado de fora de sangue.

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