[RP Aberta] A toca das Sereias

Os pés da pequena maga já estavam doloridos. Cansada de ser enganada, resolveu seguir a risca a última informação conquistada. Durante todo o trajeto a haviam mentido tanto, inclusive foi quase parar em uma casa terma de origem duvidosa. As bonitas damas recepcionavam a todos na entrada. O que denunciou aquele lugar foi o jeito como olharam para Miwa. Não pareciam interessados em nada a mais que o seu corpo.

— Acho que vim parar no lugar errado. – Disse se afastando. — Na verdade procuro o meu pai. – Mentiu e antes que sua cara lhe denunciasse já caminhava pelo caminho anterior.

Parou um minuto para tomar um pouco de ar, abriu a pequena mochila e retirou o último pedaço de bolo que havia trazido consigo. Seria bom se chegasse logo na Mermaid ou com certeza teria que se alimentar só de vegetais. Segundo a última senhora, ela saberia ao ver uma floresta densa com relvas para todos os lados. A guilda era protegida por uma mata e aquilo a tranqüilizava, não tinha idéia que sentiria falta de casa, dos pais e até mesmo dos seus irmãos. Será que sua mãe estava um pouco ou bastante preocupada? Ela queria mandar uma carta, mas não tinha conseguido achar um lugar descente e o dinheiro era pouco.

Bateu os dedos no próprio rosto se sujando um pouco de doce e virou em todas as direções. Não era para está aparecendo um castelo, casa ou algo do tipo? Nem mesmo sabia como era a base da guilda, só o nome mesmo. Agora se arrependia de não ter conseguido buscar informações o suficiente.    

Informações escreveu:RP Aberta para Adentrar na guilda Mermaid Heel

 

Definitivamente Miwa estava prestes a desistir. Sem sair do lugar, ela tentava forçar os seus pés a andar, mas eles pareciam não querer obedecê-la. Ouviu primeiro um passo leve e logo virou-se para o lado do barulho, se afastando. Se fosse alguém mal ela gritaria até os seus pulmões explodirem. Ao contrário de alguém assustador, ela viu apenas uma mulher bonita. Soltou a respiração sem perceber que a estava prendendo. Diante da curiosa pergunta, Miwa voltou a tamborilar os dedos no rosto.

Olhou para todos os lados e então percebeu que mesmo que desistisse não saberia qual caminho pegar para voltar ao centro da cidade. Posicionou as duas mãos juntas a frente do corpo e com um sorriso singelo e vergonhoso respondeu:

— Acho que estou perdida, senhorita. – Confessou.

Observou a vestimenta da acompanhante dos pés à cabeça, obedecendo às regras de ser discreta e não encarar muito.  

— Eu sou Miwa. – Respondeu ainda com um sorriso no rosto. — Eu sou de Hargeon e estou em busca da Mermaid Heel. Sabe como chegar? Eu fui enganada antes e fui parar em lugares muito estranhos. – Ouviu atentamente os dizeres da pessoa a sua frente. — Se você me ajudar a chegar na Mermaid, juro que converso com você o tempo todo. – Prometeu a garota.  
   

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A garota era bonita e passava uma enorme confiança para Miwa. Assim que Rose começou a saltitar, Miwa começou a dançar também. Era a primeira vez que conhecia um membro da Mermaid pessoalmente e isso só indicava que ela havia seguido o caminho certo.

— Eba! – Pulou junto, sorrindo até sentir a barriga começar a doer. De fome e de tanto rir. A garota iria explicar as séries de mentiras que ouviu pelo caminho. Cada uma mais sem nexo que a outra, porém Rose gostaria de saber sobre outra coisa. O motivo.

— Bem... – Ela respirou na dúvida entre encurtar a história ou contá-la exatamente com todos os detalhes. — Eu sou maga, meu pai é mago! Fui criada em Hargeon, em uma casa escondida entre as florestas. Não tive uma infância ruim, mas não conheci o mundo. – Os seus olhos brilhavam quando chegou naquela parte. — Conhecer magas poderosas, aprender a desenvolver meus feitiços, ajudar. Eu não posso crescer como maga enquanto me mantiver nas barras da saia da minha família. Preciso voar sozinha. A Mermaid é a única guilda que eu realmente me interessei. Não que eu não goste das outras. – Ela levantou as mãos para pedir desculpas. — Eu gosto, mas ser uma sereia sempre foi o meu foco.

Ela se afastou e caçando uma raiz de uma árvore, se sentou. Os seus pés agradeceram.

— A revista Sorcerer Magazine sempre só me conquistou por causa de vocês nas capas junto com as outras magas. Não sei explicar bem o que é, apenas que eu tenho uma vontade de fazer algo bom para alguém. E a guilda poderia me ajudar. Fazer amigos. – Ela apertou as bochechas de emoção. — Nem quero nem pensar no quanto de amigos que poderei ter. Ai, fico tão feliz. – Ela abriu uma pequena trouxa de pano e retirou o último pedaço de bolo. Agora que havia encontrado a guilda, não precisaria economizar tanto. — Quer? – Perguntei partindo o pequeno pedaço no meio e oferecendo uma delas para Rose.    
 
   

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A garota era bonita e passava uma enorme confiança para Miwa. Assim que Rose começou a saltitar, Miwa começou a dançar também. Era a primeira vez que conhecia um membro da Mermaid pessoalmente e isso só indicava que ela havia seguido o caminho certo.

A maga das plantas estava feliz em ter conhecido Rose, ela parecia ser uma ótima garota. E maga também. Era falta de educação perguntar qual caminho mágico as pessoas seguiam, logo Miwa guardou para si a sua curiosidade

— Nada. – Falou a maga a respeito do agradecimento. — Minha mãe fez esse bolo antes de eu partir, três dias atrás. Não está recém feito, mas ainda mantém um gosto delicioso. Espero muito continuar na Mermaid para sempre. – Confessou. — E eu adoraria uma nova amizade. Poderíamos pentear uma o cabelo da outra, sair para fazer compras e fica quentinhas em pantufas rosas lendo revistas. – A garota se balançou sonhando. — Seria tão demais.

Levantou-se e olhou novamente a volta. Ouvindo o comentário sobre o bolo.

— Minha mãe faz bolo, doces e tem um pão de frutas cítricas que é di-vi-no. Além disso, o peixe em mosaico dela é famoso. Todos querem comer. – Ficou um pouco mais séria. — Não quero parecer ansiosa nem nada, mas a guilda está muito longe? – Esticou os pés até ficar na ponta dos dedos para parecer mais alta. — Eu ainda não vejo nada. — Enquanto se espichava, ela pensava em que lugar ganharia a marca.  
 
 
   

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Miwa permitiu que a jovem a puxasse, a ansiedade que sentia naquele momento não iria permitir se controlar.

— Peraí. – Recolheu do chão o pedaço de pano que enrolava o bolo (lembranças de sua mãe) e o pote. — Agora vamos! – A guilda parecia habitar no meio de uma floresta, uma densa habitação de verde que deixava a maga eufórica. Ela havia escolhido o lugar certo. Conforme caminhavam, ela observava as plantas. Conseguia ver algumas espécies medicinais que sua mãe usava em unguento e poções, ela se sentiria em casa. — Uau, aqui tem um lago particular? Que lindo! – Os olhos da maga brilhavam.

Se todos os membros da Mermaid fossem legal igual Rose, a pequena feiticeira faria inúmeros amigos. Enquanto andavam, o coração de Miwa se acelerava, ela estava a poucos passos de mudar totalmente a sua vida. Deixaria para trás a filha e ajudante e se tornaria a senhora do seu próprio destino. E sinceramente? Ela não sabia se estava preparada, mas tentaria.

— Possui bibliotecas na guilda? – Ela perguntou, seguia Rose, caminhavam lado a lado. — Eu queria muito aprender tudo o que minha mãe sabe e ela aprendeu nos livros. Sabia que ela foi maga da Blues Pegasus? Mas ela se aposentou depois que conheceu o meu pai e nasceu meu primeiro irmão, depois veio outro, e depois eu. Ela nunca mais saiu em missão.  


   

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— Você pode? – Perguntou a menina. — Quero dizer, eu quero! – Juntou os dois dedos indicador na frente do corpo batendo-os regularmente. — Eu não sou muito boa em magia, sabe. E nem forte. Mas, tenho força de vontade e meu pai sempre disse que isso já é o começo. Né? – Indagou.

Ela se maravilhava com tudo o que via, tudo era novidade.

— Não sei ainda onde colocar o símbolo da guilda. Acha no meu ombro ficaria bonito? Quem sabe nas costas? Nas pernas. – Miwa fechou os olhos se sentindo frustrada. — Eu sou tão indecisa. – Por fim ela pareceu retornar ao seu comportamento normal, sorrindo.

— Quando irei conhecer a mestre? – Ela sorria e imaginava no quanto aquela maga na sua frente poderia ser forte. Ela sempre enxergou os membros da Mermaid como algo inalcançável para ela, um exemplo de força. E elas ainda eram muito bonitas. — Vou precisar usar magia para entrar? Quando poderei entrar? – Ela começava a se sentir inquieta e ao mesmo tempo curiosa. Com toda certeza, Rose em breve se cansaria dela. Poucos conseguiam suportar o espírito questionador de Miwa, principalmente quando ela se sentia nervosa.

 

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