[Treino P] A priori

Treinando pericia.

Seus pequenos passos reverberaram pelos corredores de uma maneira extraordinária, não por culpa dele, simplesmente ao que tudo indicava o local era projetado para ser assim mesmo. Parou em frente a biblioteca do conselho mágico de Era e tentou abrir a porta, consciente disso tentou seguir em direção da bibliotecária e a perguntou.

— Preciso de alguns livros para compreender ainda mais a física. O que pode me recomendar? —

Treinando pericia.

Meu olhar perscruta pela roupa da garota com atenção, momentaneamente assimilando alguma lembrança sobre um conto da chapeuzinho vermelho. E embora eu havia percebido o livro no qual ela lia, minha imaginação me lembrava algo relacionado sobre ufologia. Um sorriso nervoso e complacente em meus lábios, parecia um tema difícil se ser abordado. Com sua orientação a seguir pela estantes da biblioteca de forma comportada, de fato ela estava se movendo como uma verdadeira entidade, fruto do ótimo trabalho de seu idealizado; eu gostei.

A sua voz era doce de baixo timbre sonoro, não que eu detivesse alguma tara com tal característica, mas era sempre emocionante imaginar cada vez mais personagens tão potencializados, não perca a fé senhorita a...

Eu fiquei interessado no livro, mas deveria cumprir a minha parte do acordo para conseguir a sua chave. Tomando o livro intitulado “Academia de heróis: Instituto de física para jovens superdotados.” Ergui a mão em um tchauzinho para a garota, demonstrando um grande sorriso contagiosa a respondi.

— É uma promessa,estudarei para ter acesso á seu lugar! — Eu não entendi o que ela quis dizer com paraíso, respondi de modo automático caindo em seu truque de competir comigo! Por outro lado eu sabia que ela não tinha uma mente tão perversa para considerar coisas impróprias, mas né. Com os livros em mãos e com a promessa de concluir o pedido da bibliotecária sentei ali mesmo no chão, sem nem ao menos procurar por uma cadeira. Tempo era precioso.

A capa do livro tinha o desenho de alguns jovens voando, soltando magia e até mesmo luzes dos olhos. Eu apenas poderia considerar, pois alguns detestavam ter o mundo ainda mais coloridos quando tomavam as rédeas da situação... Fora isso; Eu amei o livro! Não tinha figuras, infelizmente. Mas estava cheio de paradigmas de pressão atmosférica e coisas assim. O primeiro tópico eu dominava muitíssimo bem, mas resolvi dá uma lida.

“ Pressão; Estava relacionada a força e também a área na qual esta força foi aplicada. Sendo assim - A pressão é a razão entre a força aplicada em uma superfície e a área aplicação com esta força.”

Um bom exemplo era quando você encosta a mão na superfície de uma cama de prego e consegue suportar sem se furar, logo se você o fazer em um único prego, bem... A mesma coisa  poderia ser o exemplo do lápis. Você usa uma das pontas maiores para força contra sua mão, mas se o fizer contra á outra ponta menor do lápis a dor vai ser sete vezes pior.
Eu compreendia perfeitamente aquele conceito, básico até. Então cheguei ao proximo topico sobre -  “ Pressão atmosférica é a pressão que a própria atmosfera exerce sobre a superfície da Terra. Essa pressão se deve ao fato de a atmosfera ser composta por uma mistura de gases, sendo a maior parte formada pelos gases como o oxigênio e nitrogênio. Esses gases formam o ar que sofre a ação do campo gravitacional terrestre e assim exerce pressão em todos os corpos na superfície da Terra. Normalmente não se sente a pressão atmosférica porque ela se aplica igualmente em todos os pontos do corpo, porém, seu valor varia de acordo com as condições do tempo e a altitude."

Assim que terminei este trecho e olhei em volta, não ela não estava sentado ao meu lado se é o que querem saber. Por esta razão voltei a ler me lembrando algo que o Dragão dos mares havia me ensinado na pele. Por esta única razão eu estava a falar sozinho em um dos raros momento em que minha memória funcionava sobre aquela época a mais de 15 anos atrás.

— O ar atmosférico é composto de 3/6 de nitrogênio, 2/6 de oxigênio e 1/6 de outros gases, isto causa o aumento significativo do volume de ar retido no pulmão de qualquer ser comum ao mergulhar a uma certa profundidade. O nitrogênio praticamente não é metabolizado pelo organismo e se acumula, passa dos alvéolos pulmonares para o sangue e do sangue para os tecidos, já que neles a concentração deste gás em condições normais é mínima. A dissolução do nitrogênio no corpo não causa mal algum, mas na hora do caminho inverso ou seja na hora de subir. Ou seja basicamente se você for mergulhar a dezoito metros de profundidade e não fazer paradas de 3 e três metros para o ar se acostumar ao seu volume, normal…Você explode, eu acho. —

Ergui a mão até a minha boca tentando parar enquanto murmurava isso, seriamente me lembrei das palavras do dragão em minha cabeça com uma força estonteante. “ Esse não é o problema meu e nem seu, e sim, dos humanos que são pegos em nossa magia. “ Ele riu e eu acompanhei pelo simples fato de não ser mais tão humano assim…

Eu pude ver minha mãe tremendo muito logo depois desse flashback/ aula de física sobre pressão submersa dada pelo dragão, não que eu fosse lembrar de tudo. Mas o preço era alto a se pagar para reviver o passado. Minhas mãos se esfregavam no meu rosto tentando arrancar a pele das pupilas, não queria isso detestava isso. Eu demorei algum tempo antes de voltar a ler sobre a matéria que este livro me oferecia, basicamente sobre pressão e pressão atmosférica.

Eu fiquei deprimido, lembrar do passado era um chute nas bolas como dizia meu papai Ulverser. Mas finalmente com muito desgosto eu conseguir terminar o livro, levantei e busquei por Anna.

— Anna, terminei. Qual o próximo que queira me recomendar? AH! Eu achei muito triste a história do autor ele morreu de queda… Mas eu gostei de como a iniciativa da academia continua até hoje, está filiada ao conselho mágico tal lugar? —

Eu tenho quase certeza que alí não era um lugar de tagalerar, mas também sentia que tal lugar era pouco frequentado pelas pessoas.

Treinando pericia.

Havia muito conhecimento em suas palavras. Enquanto prestava atenção concordei parcialmente com suas ideias, realmente não era legal confiar em todos cegamente. Quase uma verdade completa, pois eu confiava em Ulverse de forma plena e até mesmo dependia dele. Eu tomei o conselho dela de forma séria, havia uma nuance que ela era uma garota muito inteligente e que sabia das coisas, continuando a julguei rapidamente.

Anna era uma garota inteligente e interessante de se lidar, talvez passasse mais tempo ali do que em casa. Talvez isso explicaria o motivo dela não estranhar minha presença ali, combinávamos nesse sentido. Superdotados? Talvez ela seja, eu sou apenas eu. A seguir novamente enquanto olhava para os títulos com certa curiosidade, não que eu fosse um rato de biblioteca mas eu gostava de de como cada livro abordava um assunto diferente. Novas formas de enxergar o mundo. Mas nem sempre eu conseguia parar e ler tudo que queria, por isso as bibliotecárias existiam?? Eu acho que é algo nessa linha.

Tomei em minhas mãos o livro com a capa desgastada, sabe se eu soubesse qual o assunto abordado eu o teria largado e pedido por outra coisa. Mas com as palavras de Anna se tornou inútil me desfazer de tal material didático, talvez queria lhe agradar.

Eu sentei ali mesmo começando a ler o livro… Era chato, complicado e talvez, apenas talvez, fosse uma boa ideia queimá-lo. Este mesmo livro começava com uma equação de vetores e como eles poderiam ser usados de forma eficiente, não havia nenhum exemplo ou explicação básica, era apenas conhecimento bruto jogado na folha e eu cheguei a conclusão que isto era um teste de Anna.

Eu não tinha nenhum laço com ela, talvez apenas interesse em seu conhecimento. Okay, ela era uma garota bonita, mas nada comparada com alguém de lindo olhos verdes que eu conhecia.

Eu levei mais de uma hora para sair das primeira vinte e cinco páginas dele, mas compreendi um pouco; Vetor é a representação matemática feita através de uma seta e tem como o objetivo  indicar medidas. Todo vetor é composto por dois módulos, direção e sentido. Certo com isso eu aprendi a fazer uma seta e para onde ela aponta, então quando você vai para a página dezoito você entende duas coisas;

Direção: o sentido para esse que estou dando pode ser á horizontal. Mas se a reta estivesse apontada para cima, estaria em sentido vertical, simples, certo? E com o sentido...

“-----→”

Assim está seguindo para a direita, simples não? pois é. Mas se você usar a fórmula que está no livro estaria assim…

" V1 + V2 + V3 = v .
 O 0,5 | P 1 = v 1
 O 20 | P 25 = v 2
 O 30,5 | P 42,5 = v 3"

Só então você avança alguma páginas e encontra aonde ele está explicando que os vetores detém intercessões… Era só ter dito isso antes de chegar aqui! Acalme-se, acalme-se Elis, você está fazendo isso para alcançar o paraíso de Anna.

Eu parei para olhar em volta, silêncio e nenhuma alma viva por perto, talvez, Anna estivesse mas não a procurei. Deveria continuar a ler esse livro. Não era fácil, eram letras, setas e algumas observações aqui e alí. Necessariamente para alguém que estivesse começando a estudar seria algo a ser descartado sem nem ao menos pensar duas vezes.

Continuei estudando quando me deparei com algo interessante. Vetores iguais... Os vetores são considerados iguais quando apresentam o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido. Certo, então depois dessa frase você encontra dezenas de fórmulas de vetores que se você não prestasse muita atenção na página anterior, você desistiria e consideraria que o cara que escreveu este livro era um grande sádico.

Folheei as próximas páginas com a devida atenção, mesmo que isso me custasse todo o dia eu terminaria este livro infernal…
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Vetores diferentes eram os vetores que não apresentam igualdade entre pelo menos um de seus exemplos. (módulo, direção ou sentido). Ergui dedo pressionando aquelas palavras, havia finalmente uma explicação simplificada naquele livro, embora eu soubesse que esta talvez fosse única em todo o livro…

Assim como existem as operações matemáticas, temos também as operações com vetores, nas quais analisamos: adição, subtração, deslocamento, produto de um número por um vetor, vetor oposto, aceleração, velocidade, etc. Diversas grandezas físicas são consideradas grandezas vetoriais porque dependem do módulo, direção e sentido para serem avaliadas. Alguns exemplos são: força, velocidade, magnetismo, campo elétrico, entre outros.

Um exemplo muito bem assinalado que ele não escreveu era o ímã que estabelece no espaço ao seu redor um campo magnético, podemos usar linhas para demonstrar. Assim como o campo elétrico, o campo magnético é um vetor, ou seja, um ente matemático que possui módulo, direção e sentido...

Quando eu terminei o livro já estava a noite. Eu não me surpreendi mas eu havia levado mais tempo que o esperado para terminar aquele livro. Levantei e caminhei até o balcão de Anna procurando pela mesma… Ela estava dormindo? A cutuquei uma vez, nada. A cutuquei novamente desta vez usando meu indicador contra sua bochecha…. Ela estava babando? ou eu simplesmente estava sonhando que estava tentando acordar a bibliotecária? Talvez eu mesmo estivesse dormindo. Incapaz de perceber se era apenas um sonho eu concluí.

— Eu terminei, Anna… É muito conhecimento bruto, muita coisa que pode ser compilada e explicada de maneira mais fácil. Mas é um fato se você perseverar você aprende muito com esse autor. Sabe? Eu me surpreendi em como calcular os vetores contra o atrito dos gases na atmosfera. — Eu calei a boca, talvez ela quisesse dormir ainda mais ou talvez fosse eu que estava dormindo.

Treinando pericia.

Meu corpo está pesado. Provavelmente porque tenho dormido há muito tempo, minha cabeça está tonta e tenho um pouco de dor de cabeça. Eu dormi demais? Não, talvez um resfriado? Quando abro os olhos, a iluminação da sala está fraca. Ouço a voz de Anna de forma néscia, acordo.

Eu estava exausto, mas apoiei o corpo contra a estante me levantando lentamente, compreendi suas palavras. Não muito depois resolvi alugar o livro.

— Vou levá-lo… —

Fiz o que ela desejava, registrei o livro mas por fim desistir de sair dali. A noite era escura, provavelmente estaria sozinho em casa até chegar a hora em que me preocuparia em buscar por Ulverse em alguma taberna em Era, resumindo. Seria mais fácil buscá-lo assim que eu saísse da biblioteca. Quando mal encostei na maçaneta me virei, olhei para trás e decidir.

— Eu vou ficar. —

Proferi em um meio sorriso infantil, deveria me esforçar para terminar alí sem as distrações do ‘mundo’. Apesar de que a garota de certa forma me distraia por alguma razão.

Sentei na cadeira e folheei o livro calmamente. No entanto antes mesmo de começar a ler, levantei lembrando de algo, só assim segui até o bebedouro saciando minha sede; Mais pelo fato de me manter acordado com a grande quantidade de energia que poderia drenar da água consumida do que por qualquer outra razão, além de melhorar drasticamente minha cabeça da dor anteriormente citada. Logo, depois do décimo segundo copo de água, voltei a me sentar.

O livro de capa preta com os pontos brancos que de fato me rememorava estrelas, Empyreus.

E eu não saberia dizer o que me esperava porém, na traseira dele estava algo relacionado a astrofísica. Me surpreendi quando começou a explicar de forma simples do que se tratava.

No sistema solar, como é que os corpos conseguem se manter sempre em órbita? Eles devem estar sujeitos a força centrípeta, caso contrário, os mesmos não continuariam em suas trajetórias circulares. Ainda me lembrava perfeitamente do livro anterior, este que havia me deixado sonolento, mas que por mim mesmo tirei a conclusão que… Força centrípeta é a força que puxa o corpo para o centro de uma trajetória em um movimento curvilíneo ou circular.

Percebendo tal fato, se podia admitir que havia três leis convincentes(Newton) e, que podiam ser aplicadas aos corpos celestes chegando às seguintes conclusões, que culminariam na equação matemática que determina a força de atração entre o astro e o planeta.

O estudo da gravitação estava me permitindo compreender alguns fenómenos que acontecem constantemente, como por exemplo a queda de corpos, seja de determinada altura ou de um salto em repouso ou em movimento. Havia muita coisa para explicar, mas eu perseverei.

Quando se fala sobre a força da gravidade estamos falando da força que faz com que fiquemos sobre a terra em uma constante atração. A intensidade da força gravitacional varia proporcionalmente com a massa dos corpos, mesmo sem obter um contato direto. O campo gravitacional nos permite dizer que uma determinada região é definida por um corpo onde qualquer objeto fica sujeito a uma força de atração.

Mesmo depois de recuperar minha ‘energia’ estava exausto, certo. Eu podia entender o que o livro se tratava. Páginas e após paginas eu tentava absorver aquele conhecimento para mim, quando dei por mim, parei e fui conversar com Anna, não mais conseguiria estudar sem conversar com alguém.

— Está aqui como bibliotecária a muito tempo?  O que acham dos magos? Anda muito ocupada? É verdade que não se pode falar na biblioteca? Qual a sua idade? Comida favorita? Existe muita gente que vem para a biblioteca?  —

Ahh, foi muito bom conversar com Anna, mas assim que ela ficou nervosa, creio eu… Voltei a meus estudos. Ao menos estava na metade do livro.

Os gases representam o estado físico da matéria cujos valores de volume, densidade ou forma própria não são definidos. Apresentam alto grau de desordem causado pelo deslocamento livre das moléculas que os constituem e são objetos de estudos por possuírem grande aplicabilidade no cotidiano, e por ser a camada material na qual mais mantemos contato, afinal, normalmente todo o nosso corpo fica em contato com gases (ar atmosférico). As propriedades dos gases são variáveis, ou seja, por haver determinados e específicos espaços entre seus constituintes que podem aumentar ou diminuir o volume. A densidade, a pressão, a viscosidade podem ser alterados. E, é dessa grande inconstância dos gases, que se deriva o estudo dos gases.

Está era o topico que eu estava estudando para alcançar, além de que eu planejava criar uma magia no qual se utilizava do atrito com o oxigénio e nitrogénio, acelerando as moléculas da agua para criar vapor. havia muitas coisas no qual eu poderia criar, resumindo - Agora decidir em qual caminho iria seguir. Usar dá alta pressão em seu mais alto grau para aumentar a temperatura da água disparada ou usar do próprio ar para alcançar tal requisito. Meu sorriso era tão grande que minha animação não parou até terminar o livro...

É necessário antes de qualquer coisa definir três tipos de gases: O gás real, o gás ideal e o gás perfeito. Vale lembrar que estas definições de gases é o que nos fará entender sobre a teoria cinética dos gases e estudos posteriores a este, que contemplem esse tema. Gás Ideal é aquele que possui propriedades inexistentes nos gases naturais, sempre confirmadores da teoria cinética dos gases. Além disso, não existe nenhum gás ideal, sendo esses gases irreais ou não existentes na natureza; Gás Real é aquele que encontramos na natureza, ou seja, os gases comuns aos quais podemos a qualquer momento nos deparar com uma amostra real; Gás Perfeito é aquele que tem suas características próximas à do gás ideal, porém tal fato se dá através de processos não naturais, sendo assim o mais próximo possível em contemplar a teoria cinética dos gases.

E eu havia concluído o livro, talvez já fosse madrugada. Levantei e segui até Anna. Desta vez não entreguei o livro, fiquei com ele para devolver em dois dias e continuar a aprender cada vez mais, no entanto estava certo que iria mudar para história. Simplesmente por querer aprender mais sobre ela e a biblioteca na qual eu comecei a adorar estar.

Treinando pericia.

A chave entregue fora algo que eu conquistei com o meu esforço, provavelmente a primeira vez que eu havia conseguido algo sem depender da magia. Eu havia muita coisa para conversar com ela, mas depois da leitura dos livros e perceber o quão cansada eu e ela estávamos, decidir deixar para outro dia.

— Tudo bem, voltarei assim que possível. —

Eu mantive o último livro e a chave ainda comigo, não queria devolver, pois querendo ou não havia coisas que precisava me lembrar e assim eu teria uma boa desculpa para voltar na biblioteca.

— Eu também. —

A respondi me despedindo com um tchauzinho e com um breve sorriso, e uma certeza. Voltaria assim que minha alma estivesse livre de uma certa caçada...