[ Apresentação ] Harlequin

As diversas buscas que Harlequin já teria realizado até agora foram puramente em vão, já teriam passado exatamente dois anos do acontecimento e seu coração ainda não teria encontrado paz e sossego, perder a tanta gente, aqueles que considerava a própria família, era extremamente delicada para o jovem garoto. No entanto, naquela manhã estava mais decidido que o comum a fazer tudo mudar, envolvendo seus braços na jaqueta e passando rapidamente o pente sobre os fios de cabelo o garoto se via pronto, perante o espelho com um olhar desafiador incentivava-se — Eu consigo! — falou Harlequin, para o próprio reflexo. Buscou a um lanche rápido, biscoitos e um copo de suco um pouco cheio, com o lanche finalizado apenas se retirou do local em que teria repousado pela noite.

King saiu pelas ruas ainda cedo, o sol iluminava cada ponto escuro enaltecendo o sorriso de ansiedade do jovem, o céu estava limpo e bastante azul, acreditava o menino que aquilo era um sinal de pura sorte. Caminhou de forma devagar por entre a estrada, abraçado com seu travesseiro atravessou o centro da imensa cidade, e não conseguiu conter a admiração — É lindo — dizia para si mesmo. Como um verdadeiro peregrino em terras estranhas demorou para se guiar, foi preciso esforço de King para deixar a timidez inicial um pouco de lado e perguntar onde poderia encontrar a sede que buscava, com ajuda de moradores recolheu as informações mais que necessária para chegar até o grande prédio.

Perante a estrutura gigantesca, King se demostrava apenas uma criança ainda imatura, mas recordou-se alguns segundos o motivo de precisar adentrar aqueles portões, os motivos para que precisava ser aceito. Tomou coragem o suficiente e deixou todo medo para trás, não permitiria sair dali sem conquistar o que desejava. Harlequin tocou a campainha junta a um pequeno brado — Abram, Harlequin chegou — exclamou firmemente, numa tentativa de demostrar sua coragem para os cavaleiros de Sabertooth.

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King; HP: 225 MP: 175

Enrolado em seu travesseiro o garoto aguardava qualquer que fosse o sinal de recepção, nunca teria aprendido como se apresentar devidamente a uma guilda, e arrisca a sorte no seu jeito gentil com uma pitada de confiança. King levantou a mão mirando rumando a campainha novamente, mas antes que alcançasse ouviu o aviso que alguém já se aproximava para a possível recepção. Os portões grandiosos se partiram no meio, dando lugar a uma pequena entrada para que fosse possível, dali de dentro, sair uma espécie de porco rosado.

Harlequin de cara estranhou o ocorrido, mas continuou a esperar que um humano saísse em sua recepção, mas não aconteceu, a única coisa que se sucedeu foi o porco falar acarretando uma reação de surpresa e susto do garoto que apenas se afastou um pouco para trás — Não...não estou perdido... — respondia em meio a assimilação de todos os fatos, demorou para acordar sua postura novamente e se fazer firme perante seu objetivo, mas quando acordou logo tratou de retornar a voz firme para com o porco — Eu vim entrar para a guilda, poderia chamar algum de seus chefes? — pediu o garoto, de forma um pouco autoritária.

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King; HP: 225 MP: 175

King se sentiu um pouco mal perante a afirmação do porco, nunca pensou em realmente desastrada ele, não era sua intenção — Perdoe-me, não foi a inten... — tentava se desculpar com o porco, no entanto, a porta se fechou de maneira bruta antes mesmo que fosse capaz de terminar sua frase — Ei! — exclamou um pouco zangado, se aproximando da campainha mais uma vez, pois não iria desistir tão cedo. Mas não foi preciso, a porta se abriu novamente e o porco saiu lhe entregando um papel um pouco amassado, era uma missão, naquele momento King tentou recordar-se de todo treinamento que teve antigamente, leu com atenção e buscou todos os detalhes possíveis — Vamos — disse King, animadamente.

O porco não ousaria ajudar, e King já estava ciente que pedir sua ajuda seria um sinal de fraqueza. Precisou ser delicado para manter sua atenção sempre focada num objetivo apenas, caminhando por entre os mais diversos caminhos para buscar por um simples gato e mesmo assim ainda teve uma demasiada dificuldade. Sendo levemente bom de lábia, era fácil conversar com as pessoas e notar, através da psicologia, quando mentiam ou não. Perguntava a qualquer um que passava se teriam visto algum gato por aí, e de pouco em pouco conseguiu montar um local onde algumas pessoas tinham ouvido miados ou rápidos vultos de uma espécie de gato.

O local em que foi levado era uma espécie de parque, o porco sempre em sua espreita lhe vigiando fazia King se sentia um pouco nervoso, não tinha muita noção de tempo então temia que estivesse demorando demais, mas limpou sua cabeça e começou novamente sua tarefa. Seguiu qualquer que fosse a pista, da simples pegada na lama, até o cheiro de fezes gatunas, ou pequenos fios de pelo sobre a grama verde. Juntando as pistas foi que King almejou seu alvo, um bichano ainda pequeno preso entre arbustos afiados — Isso vai doer — disse King, se aproximando dos arbustos e ajudando o gatinho a sair dali sem sofrer muitos danos, no entanto, suas mãos foram feridas por espinhos e arranhões do gato desesperado.

Com o gatinho em mão, King teve um pequeno trabalho para retirar todos os espinhos deles, mas logo após isso tudo se tornou mais fácil, pois o bichano cansado apenas dormiu sobre o travesseiro de King. O mago apenas retornou pelo mesmo caminho que veio, sempre tentando puxar algum pouco papo com o porco falante, de volta nos arredores o gato foi entregue nas mãos de sua dona — Desculpe a demora — disse para a menina, numa educada reverência.

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King; HP: 215 MP: 175

King viu o porco adentrando pelas portas da guilda sem nenhuma resposta de imediato, sua reação foi um pouco besta de apenas ficar parado esperando e começando a se maltratar achando que não teria passado, no entanto, em questões de segundos tudo se alterou e o porco lhe convidou para entrar, confirmando que finalmente King seria parte de uma das guildas — Helbram... — disse baixo, lembrando-se do antigo amigo que hoje buscava encontrar, aquele seria seu maior passo em anos e um sorriso tomou seu rosto a partir do momento em que seus pés tocaram o chão gelado do seu novo lar.

King foi levado até uma mesa, o porco, que agora seria seu companheiro, trouxe em sua boca um carimbo e mandou o menino escolher o local de sua marca, uma decisão complicada para todos, mas que King já teria deixado marcada a tempo, o local em que Helbram lhe atingiu de primeiro. Levantou seu tornozelo esquerdo e colocou sobre a mesa — Aqui por favor — falou King, aguardando.

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King; HP: 215 MP: 175