Missão Rank D — Moira

Moira está cansada...

Após apanhar minha missão por conta no Quadro, li toda a extensão do papel para não ter futuras surpresas. O trabalho em si era bem simples, ir até o Bolinho Amargo e atrair clientes para a loja. Me animei para o serviço, desde que nasci sonhei em entrar naquela cafeteria, porém como estava sempre lotado, meus pais se negavam a aguardar apenas pra receber um serviço diferenciado. Caminhei animada até o local, porém me deparei com uma cena incomum: não havia fila na porta, apenas algumas pessoas – na maioria, homens.
Um pouco insegura, contornei a construção até a porta dos fundos, onde encontrei uma das garçonetes descansando. Ela estava quase pegando no sono, mas quando me viu, deu um grande salto.
- V-Você! A Mermaid te enviou certo?
- Sim... eu vim ajudar no possível
- Ótimo, por favor, venha!

A garota me segurou pelo pulso e me puxou para dentro, levando até uma sala cheia de armários de madeira, todos muito bem nomeados. Havia um banco no meio da sala, onde havia um traje de “empregada”. Minha tutora disse que eu deveria vesti-lo e fazer o possível para atrair clientes.
- Mas é claro, lembre-se de terminar as falas com: Goshujin-sama ou Ojosama! - concluiu.

Não demorei para apanhar os trajes e me vestir, apesar de ser bem curto, ele era muito confortável. Com tudo arrumado, me dirigi até a porta da frente e me preparei para o serviço. A melhor maneira de atrair pessoas era sorrir e convida-los para entrar, mas por algum motivo, as pessoas estavam apenas ignorando e seguindo reto, entrando na fila de uma cafeteria rival.
- Alice disse que eles estão utilizando uma maga com Ilussion Magic para atrair os clientes – sussurrou uma outra garçonete. – Desde que eles começaram, nós estamos perdendo movimento, logo seremos prejuízo e provavelmente vão fechar nossa sede – lamentou a mulher.
- Ilusion né ? – caçoei. – Ilusões não são das coisas mais úteis, correto ?

Caminhei um pouco mais a frente, de modo que as pessoas que estavam na fila pudessem me ver. Bati palma duas vezes e comecei a gingar, atraindo a atenção de alguns dos homens da fila. Executei movimentos leves com o braço, balançando a cintura sensualmente. A dança do ventre sempre foi infalível. Alguns dos clientes começavam a vir na minha direção, porém foram atrapalhados por uma outra garota, a qual surgia do nada.
- Uma ilusão... como eles não notaram ? – pensei.
A garota falsa executava movimentos mais sensuais, o que estava fazendo os poucos clientes que estavam vindo, retornar. Me aproximei lentamente dela, deslizando meus pés pelo chão e deslizei suavemente pelo ar, até encostar a ponta do pé na ilusão. Após o toque, ela instantaneamente sumiu, o que fez o restante dos clientes focarem seus olhos exclusivamente em mim.
- Você querem mais ? – vi muitas cabeças balançando a cabeça positivamente. – Então venham para dentro, Goshujin-sama!

Segurei a mão da garçonete que estava do lado de fora e entrei, sendo seguida por todos os demais clientes, que invadiam aos montes a cafeteria. As garotas estavam cada vez mais animadas, assim prosseguiam seu trabalho de maneira... incomum.
- Está esperando o que? Vamos trabalhar! – comentou uma outra trabalhadora para mim.

Apanhei uma das bandejas do balcão e caminhei com uma postura reta até a mesa 3, onde havia dois homens. Me ajoelhei lentamente e abaixei a cabeça.
- Sua Panqueca de Blueberry, meu amo – avisei, levantando o rosto e liberando um doce sorriso. – Posso servi-lo ?
Os homens se entreolharam e sorriram, depois apenas concordaram enquanto cruzaram as pernas.
- Meu amigo gosta de café com creme... muito creme
Me senti desconfortável por alguns segundos, mas sabia como reagir. Ainda ajoelhada, apanhei o pote de creme e derramei oito gotas e as mexi lentamente dentro do copo.
- Olha só, minha mão está tão dolorida, poderia cortar um pedaço de panqueca para mim? - disse o mais novo dos dois.
- Com toda certeza, meu senhor - respondi.
Apanhei os talheres de prata e os cortei lentamente, tomando o máximo de cuidado para que formasse um triângulo perfeito. Levantei o garfo e coloquei a mão embaixo, para não sujar a mesa.
- Feche os olhos e abra a boca, por favor, meu senhor
Após atender, me aproximei lentamente do garoto e coloquei o garfo em sua boca. O vi saborear o pedaço e abrir o olho, ficando vermelho ao ver minha proximidade de seu corpo. Peguei um pano de meu avental e limpei o canto de sua boca. Enfim me afastei do garoto e olhei para o homem que o acompanhava.
- No que posso ser útil, meu amo?
- Por enquanto, estou satisfeito
- Me chamem se precisar, será sempre um prazer servi-los, Ojosama

Retornei até o balcão e continuei meu trabalho no estabelecimento. Após cinco horas, fui dispensada pelas garçonetes.
- Você foi muito útil, tem certeza de que não quer um trabalho integral por aqui?
- Seria uma grande honra, vocês são fofas... mas não é algo que planejo prolongar – vi uma feição triste tomar conta do rosto das demais. – Mas, nunca diga nunca, quem sabe eu retorne para fazer outro trabalho... já sabem onde me encontrar!
Com um abraço coletivo, finalizei minha missão naquele local, levando algumas amizades para casa.

HP: 225 ━ MP: 175

Avaliação Missão

Missão Reprovada.

O texto ta muito bom, ta com o número de palavras necessário, no entanto... algumas coisas me levaram ater de reprova-lo e irei explicar a seguir.

Primeiramente, dedução por meio de um boato, levando em conta que boatos em sua maioria são mentiras, é algo que só funciona dentro de SAO e por motivos de escritor ruim. Ao menos no anime. Se você tivesse investigado isso mais a fundo, faria mais sentido você comentar que era uma ilusão.

Outro ponto que devo comentar sobre, a ilusão. Primeiramente, para um mago estar enganando tanta gente, ele teria de ser no mínimo Rank B pra cima, o que quer dizer que colocar seu pé na ilusão não faria mais do que causar a mulher falsa a reagir de acordo, já que o ilusionista deve estar vendo bem o que acontece ao redor de sua ilusão. Além de que, se você está VENDO a mulher, você já caiu na ilusão, e não vai ser um boato sem um embasamento real que vai te fazer cair na real, até porque as outras funcionarias também estariam sendo enganadas, assim como praticamente qualquer outra pessoa. Ilusões não escolhem o sexo de quem cai nelas, muito menos a mente, por isso, dizer que ela afeta apenas homens seria uma desculpa um tanto esfarrapada. Tem jeitos melhores de se fazer essa missão. Não veja isso como uma dura ou um criticismo, como disse, seu texto ta muito bom, o problema é o como você quis tratar a falta de clientes e a forma com a qual você resolveu isso. Uma ilusão não é um holograma. Eu chequei várias coisas da sua personagem antes de reprovar a missão, discuti com outros players e staffers, e até mesmo pensei que talvez sua perícia em hipnose ajudasse, porém, hipnose e ilusionismo tem grandes diferenças, tanto em execução quanto no que afetam em si, uma vez que um mexe com os sentidos e o outro diretamente com o psicológico.

Moira está satisfeita...

Apanhando minha missão no quadro, parti logo para o local objetivo da missão: a Maid Café Bolinho Amargo. Estava bem ansiosa pelo caminho, sempre desejei ir nesse local, mas mamãe não gostava da ideia, parecia ter ciúmes do papai. Hoje eu entendo o porquê. Lindas garotas vestidas de empregada servindo um delicioso café poderia realmente ser uma ameaça para a maioria das mulheres, porém, como constava na missão, eu deveria servir e não julgar.

O estabelecimento não era tão longe da guilda, o que me permitiu chegar com rapidez, antes mesmo de abrirem. A porta da frente estava fechada, então contornei a construção e bati na porta de trás, sendo atendida por uma garota bem jovem.
- Já iremos abrir, perdoe nosso atraso, estávamos contando com uma ajuda, o que atrasou nossa preparação.
- Sua ajuda chegou! Perdoe a mim pelo atra...
Antes que eu pudesse completar meu raciocínio, senti uma enorme força me puxar para dentro. Me vi num vestiário pequeno, onde outras quatro garotas se vestiam.
- Garotas, nossa ajuda chegou: diretamente da Mermaid Heel... – a menina me cutucou com o cotovelo.
- Desculpe, me chamo Moira, será um prazer ajuda-las!
- Bem-vinda Moira! – disseram todas em coral
- Muito bem, vamos nos apressar, já estamos alguns minutos atrasadas – disse a que me puxou. – Me chamo Alice, se precisar de ajuda basta me procurar – se apresentou, apesar de ter um crachá com o nome no peito. – Este será seu traje, quando vesti-lo, venha direto pro balcão para que eu a apresente

Observei a saída enfileirada das garçonetes. Aproveitei a sala vazia para despir minhas roupas. Por alguns segundos pensei ter visto Alice escondida no canto da porta, mas ignorei. Ajeitei finalmente o último acessório no meu cabelo e segui para dentro do salão.

Não fiquei surpresa com a superlotação, o local era tradicionalmente movimentado, mas isto me deixava inquieta. Alice correu em minha direção e me segurou pela mão, levando até o centro do Café.
- A marca da MH é muito bonita, estou com inveja – sussurrou pra mim. – Senhoras e senhores, um segundo de sua atenção! Venho lhes apresentar nossa ajudante do dia: Moira! - gritou antes que eu pudesse retrucar a espionagem.
- Olá a todos, será um grande prazer servi-los, meus amos e amas! – liberei com entusiasmo antes de sentir todo meu rosto corar.

- Muito bem, está devidamente apresentada, agora quero que faça um favor: traga novos clientes!
- E como eu deveria fazer isso?
- É uma maga, tenho certeza que dará um jeito, boa sorte!

Ali estava eu: jogada para fora do Maid Café, com alguns olhares maliciosos sobre mim. Meu corpo estremecia, talvez aceitar esse trabalho não fosse a melhor escolha, mas já que estava aqui, era hora de me esforçar. Vi um idoso sentado ao chão, tocando uma flauta suavemente, o que me deu uma grande ideia.

- Com licença, desculpe atrapalha-lo, será que poderia tocar uma música em especial?

O senhor abriu um largo sorriso com a escolha da música e sem demora, começou a toca-la. “Mermaid Song”, a música que meu pai tocava para minha mãe toda lua cheia. Ela era relaxante, o que permitia eu iniciar com movimentos leves e simples, movimentando apenas os braços e o tronco. O refrão possuía uma parte mais animada, forçando-me a girar e correr, fazendo movimentos mais chamativos. Perto da plateia, puxei dois cachecóis, um amarelo e um azul, amarrando-os em cada mão, imitei os movimentos, dando mais leveza a cada passo. Ergui minha perna para frente, deitando meu tronco com sua subida. Dei duas cambalhotas para trás, finalizando o número esticando os cachecóis de volta aos donos. Todos aplaudiram e levantavam algumas notas de dinheiro.
- Por favor, meus amos e amas, guardem seu dinheiro para o Café. Será um prazer servi-los - conclui sorrindo e indicando a entrada.

A multidão que me rondava então adentrava o Café, animados para novas apresentações. Auxiliei ao máximo as garotas, na verdade, apenas atendendo algumas mesas – mexia alguns cafés, organizava mesas, limpava bocas e é claro, dançava. No fim do expediente, me uni com as garotas no vestiário.

- Injusto! Você não pode ir embora, agora você tem uma reputação no Café. - disse Hanna, a mais nova das garçonetes.
- Eu preciso ir, me desculpe garotas, mas ficarei feliz em ensina-las a dançar quando possuírem um tempo livre. - respondi.
- Será remunerada pelas aulas - finalizou Alice.
- Eu tenho uma ideia melhor!
Levei as garotas até o lado de fora e apresentei o idoso que tocava flauta. Elas ficaram maravilhadas com a habilidade, acabando por contrata-lo e coloca-lo atrás de uma cortina, onde seria responsável pela música do ambiente e seria remunerado por isso.

- Missão cumprida! – exclamei com satisfação.

HP: 225 ━ MP: 175