[MISSÂO] Trabalho para uma fada

Minha missão tinha um caráter um tanto estranho e espero que Raven não se importe com isso, afinal, a missão envolvia uma festa feita por jovens de idade não muito distintas a minha. Não tinha interesse nelas entretanto, ainda assim, poderia ser que incomodasse a ela minha ida. Deixaria antes de ir naquela noite um bilhete para ela informando onde eu estaria para não preocupá-la, afinal era uma missão noturna e me encaminha para o local.

Como diria o sábio, festa estranha com gente esquisita, não me sentia de todo bem ali, mimados e esbanjando o sucesso de seus pais, eles eram tudo que eu não tive a oportunidade de ter durante o meu envelhecimento, não que hoje eu possa me queixar de todas alegrias que venho tendo. Os drinques eram preparados e entregue sem muita dificuldade, se tem uma coisa que uma vida difícil te ensina, é sobre álcool e drogas que as pessoas gostam de consumir, mais dificuldade teria entre algumas bebidas de mais requinte que eu não estava habituada.

O começo de fato era tranquilo, todos ainda estariam mais entrando no clima que entornando mesmo, o intervalo logo chegava e eu me sentava em dos puffs bebendo um drinque de frutas sem álcool, um dos garotos na festa sentava ao meu lado e logo o olhava desconfiada, já estaria um pouco embriagado e não queria um tumulto, quando o mesmo parecia querer colocar os braços em mim logo levantava tornando ao trabalho antes mesmo do pequeno intervalo acabar, entornando num gole o drinque.

A festa seguia entre mais drinques, ser bartender não era de todo ruim, a música estava agradável e o trabalho era agitado como tinha de ser, somente não compreendia porque a necessidade de uma maga para aquele trabalho, até que por fim, uma das anfitriãs vinha conversar comigo.

- Sempre quis conhecer uma maga de verdade!

Dizia a menina empolgada fazendo-me conhecida a razão por fim de uma maga ser contratada para um serviço estranho como aquele, mesmo com tantos bartenders por aí que o poderiam fazer até melhor.

- Eu sei usar um pouco de magia, mas não tenho coragem para seguir o caminho, por isso quis pelo menos começar uma

Era uma garota bela, fios negros e longos, franja e olhos do mesmo tom, lábios pequenos e rosados, assim também seu nariz, de todo modo, minhas lembranças estavam apenas com Raven e a saudades dela, visto que aquela noite não estaria dormindo juntinha dela.

- Eu mesma não era maga até algum tempo atrás, se é algo que você queira lute por isso, o importante é apreciar como você está.

A garota parecia satisfeita com a conversa e a festa começa a encaminhar-se para seu fim, já era bem tarde, ou, bem cedo dependo do ponto de vista, visto que logo o sol começaria a mostrar sua face no horizonte, os últimos dos participantes iam se indo e ficava por último apenas eu e as anfitriãs, logo também também não eu estaria ali. O pagamento me era dado, a garota vinha abraçando-me empolgada e afastava-se em saltinhos.

- Obrigada, mesmo, nos vemos por aí.

Missão:

Um novo trabalho seria feito por mim, uma certa saudades estaria a mim e também ansiedade, afinal, sais do posto com uma missão como aquela me era incomum, não sentia-me bela o bastante para ser garota propaganda de nada, mas, se ela estaria ali disponível não custava tentar. Meus passos me levavam cada vez mais próxima até o estabelecimento, onde seria executado meu trabalho.

Ali, um homem alegre, talvez, alegre até de mais me recebia e logo me encaminhou ao fundo do local, onde tinha um local para nos trocarmos, “vamos vamos queridinha que o tempo é curto”, ele dizia, talvez acostumado a garotas mais vaidosas que levariam um certo tempo arrumando-se ali atrás. Eu, logo saía vestida com aquela roupa de maid, arrumando-me da forma mais veloz que aquela roupa cheia de detalhes permitia que eu fizesse. “Então você é do tipo tomboy? Não é de todo ruim, uma maid assim também pode atrair nosso público, ele me dizia.”

Era alocada à frente do salão, logo a porta, com alguns panfletos em mão, minha voz mais elevada que o de costume convidava os transeuntes a conhecer o local, entrando ao momento ou no que seguia outros em que estivessem livres para tal. Não era difícil chamar a atenção, apenas a roupa já o fazia bem o bastante, ganhando olhares aqui e ali por isso, pergunto-me se é assim que pessoas belas se sentem, visto que debaixo de meus moletons de tecido pesado nunca chamara muito a atração de ninguém em particular (pergunto-me ainda o que Raven viu em mim que a atraiu, afinal sou apenas uma moleca parte humana, parte máquina, sem nenhum charme em peculiar, que seja).

Alguns entram, outros não, mas parece que o dono de comportamento esparafatoso está satisfeito com o resultado, por vezes aparece da porta, segurando esta como se estivesse sensualizando, falhando, dizendo palavras como “está indo muito bem garota”, “manda eles para dentro assim mesmo”, não que estivesse me esforçando naquilo, parecia que o estabelecimento se vendia pela comida e estabelecimento, eu era apenas alguém que relembrava o apreço por ali.

Alguns minutos passaram-se desde os elogios, quase ao fim do expediente até que dois homens aproximavam-se parecendo quererem confusão, aproximando-se diziam coisas como “então você é a nova maid”, o outro seguia “que tal nos acompanhar, maid-san”. Um sorriso me escapava quando via o master dali apreensivo me olhando de dentro, parecia que os dois eram visitantes recorrentes, minhas mãos tocavam o peito de um deles, deslizando até sua gola e o erguendo-o tirando-lhe do chão. - Parece que sua confiança anda mais alta que suas capacidades, que tal se eu tentar te deixar mais alto também tampinha.

O outro assustava-se quando eu o fazia, assim como o master do lado de dentro parecia aprovar minha conduta me dando mais liberdade, inclinando minha cabeça para o lado e encarando seus olhos fervorosamente prosseguia. - É melhor darem o fora daqui, ou preferem que eu ajude com isso?. Dizia deixando o homem cair sentado a frente, os dois saíam dali em disparada e eu dava de ombros, mais tarde iria atrás deles quando não afetasse minha missão.

O turno acabava e logo o master me explicava com um pedido de desculpas porque contratou uma maga para o serviço, “eu já venho tendo problema com esses dois assustando minhas queridinhas, daí queria uma que eles ficassem com medo, mas não imaginei que eles tentariam algo mesmo assim”. Não havia problema, dava de ombros sorrindo e o acalmava, pegando também minha recompensa e deixando o local. - Não preocupe-se, eles não voltaram a incomodar… Dali sairia seguindo o rastro dos dois, isso, já é outra história. Fato que com alguns membros quebrados eles realmente não voltaram.

Missão:

Mais um dos dias a margem do painel de missões, havia me decidido, almejava a liderança da guilda e para isso precisaria me esforçar, trabalhar por meus objetivos e alcançar andares cada vez mais altos da caminhada. A missão escolhida, era sobre uma massagem extrema, meio estranho mas, bom, parecia interessante.

Minha caminhada me levava até um spa, enquanto meus olhos passeavam as instruções, eu não era exatamente brutamontes para aquilo ser funcional, mas, era forte o bastante para ao menos tentar com que fizesse efeito e se não fosse fisicamente, tinha formas de apelar.

- Olá, sou Hikari da Mermaid, estou aqui para o serviço, cadê o…

- Bem ali senhorita!

Ela não precisava nem dizer, alguém forçar meu pescoço para trás para ver o rosto já era um feito, visto que para uma mulher eu seria bem alta, ainda assim, o que mais impressionava era a largura do cliente da massagem, Certamente havia  muito músculo para haver tensões, de toda forma sorria confiante, apertando os punhos e sentindo um breve estalo das minhas mãos.

- Ao serviço!

- Você consegue tampinha?

Tirava de mim um sorriso seu tratamento, afinal, alguém me chamar de baixinha era um feito incomum. Dava de ombros para a afirmação, guardando a resposta para a sala que o convidava a entrar, apenas acompanhando a recepcionista que demonstrava num gesto que era aquela. Entrando entenderia porque tinha de ser aquela, três macas laterais para o tal homem deitar por completo.

- Bem, vamos começar.

O homem deitava-se, e eu começaria a tentar colocar força nos músculos intercostais do homem, mas, sem efeito a priori. Como eu imaginava precisaria de magia, banhando meus braços sentia a magic power fluindo, controlando a força para que fosse um quarto do habitual apenas afinal ia ter certo impacto e não queria ferí-lo.

- É isso garota, agora sim!

Meus olhos vagavam por ter efeito, sorrindo meio extasiada e prosseguindo, cobrir toda extensão do homem levava algum tempo e meu mecanismo entrava em resfriamento forçado no fim. Não era a força mágica máxima e se aquilo tinha efeito, em um combate a toda era certo que conseguiria aplicar algum dano, mas, ver alguém com uma defesa tão consistente realmente me impressionava e me fazia ver quanto as pessoas podiam ser poderosas. Eu precisava ser ainda mais para proteger as sereias.

O homem levantava satisfeito e sorridente puxando minhas mãos com força para perto do seu rosto sorrindo, aparentemente fascinado e seu aperto era de fato poderoso, temeria por uma pessoa normal sem ossos reforçados de aço como os meus e meus olhos demonstravam o espanto deste.

- Como mãos tão delicadas tem essa força garota? E você ainda estava se segurando certo? Eu pude sentir receio vindo de você!

Além de forte era astuto ele, em combate certamente poderia ser um adversário formidável. Ele se impressionar por mim me lisonjeava por ser quem o era, retirando minhas mãos puxava a manga longa e branca até minhas mãos para a altura de meu braço revelando uma zona prateada.

- Eu não bem… humana sabe…

- Oh, impressionante. Não importa, ainda assim vejo que você tem muito talento, quem sabe um dia sejamos rivais.

- Certamente!

Partia satisfeita do local, alegre e saltitante, as palavras dele certamente me encorajaram a tentar, ainda mais queria tentar a liderança da guilda e proteger aqueles que me são importantes, pois lá fora certamente existem pessoas poderosas como ele, mas cujas intenções não são tão boas.

Missão:

A minha habilidade só melhorava, meu respeito e dinheiro também, era hora de voos maiores e dentre as missões uma me chamava a atenção, afinal, envolvia dar uma lição em alguns delinquentes. Para mim, aquele tipo de missão era quase irresistível, desde que me lembro tenho me lançado neste tipo de luta sem me importar muito.

- Hoje eu vou brincar um pouco mais…

Tinha uma noção de onde estariam, conhecia as vielas daquele lugar e como um subúrbio funcionava, em suas pichações satirizando minha guilda, havia um certo padrão de assinatura, como uma marca do “artista” que a obra traz consigo. Já tinha visto aquilo antes, quando conheci a Raven algum tempo atrás. Quando aqueles moleques a encurralaram e depois acabei entrando na confusão e apanhando, na verdade, seria ainda mais interessante se fossem os mesmos.

Como uma dita ironia, minhas desconfianças mostravam-se com fundamento quando eu colocava os pés naquele beco e via um deles fazendo uma pichação baixa seguindo o mesmo padrão de escrita da outra arte, era interessante ver que envelheceram no meio tempo assim como eu. Talvez a aparência tenha mudado ainda mais para eles.

- Yo, quanto tempo seus bostas.

Os dois se viraram assustados e eu os olhava sorrindo de forma ligeiramente psicótica. Solta o pumped of Kicks. Em um avanço rápido e sequer sem a necessidade de usar magias ia para cima dos dois presentes ali, acertando o que estaria em pé com um soco no rosto cujo apenas o contato metálico já o desacordava e o outro que buscava se levantar tinha um desfecho ainda pior. Com minha mão esquerda aberto envolvendo sua cabeça, empurrava de maneira brusca sua cabeça contra a parede pintando-a com o vermelho de seu sangue.

- Sua arte precisava de mais cor.

Da esquina oposta, um grupo de três deles aparecia vendo a cena, inflando-se e vindo em minha direção. Ao mesmo tempo o mecanismo de meu braço era acionado, dando um certo brilho a minha área em um salto ascendente, o início de um golpe descendente ao centro deles era feito quebrando o solo e paredes próximas, arremessando-os fazendo com que todos caíssem desacordados.

- Olá… saudades de mim?

As palavras escapavam entre meus lábios quando via o último homem que havia me batido em bando antes, um sorriso a minha face e meus punhos incandescente erguidos, assim como meu corpo também começava a brilhar observando-o cair para trás antes de iniciar uma corrida desesperado ao lado.

- Aonde vai querido?

Meus braços erguidos projetavam várias agulhas que saíam realizando a curva necessária atrás do mesmo e fincando em suas pernas fazendo-o gritar de dor, minha vingança pela guilda estava feita e a minha vingança pessoa, bem, essa também. Levava a mão no sangue de um deles, escrevendo a parede para amedrontá-los mesmo que não tivesse de fato matado nenhum. “Mermaid Kill”.

As letras em vermelho ali como uma ameaça e todos desacordados caídos, exceto o líder agonizando de dor ainda consciente, para que visse tudo sem fugir. Para assim não achar que tinha alguma chance de fazer algo se estivessem juntos.

- Acho que eles não brincam mais com a gente não… se brincar eu volto aqui para me divertir.

Missão:

A última missão antes de um merecido descanso tinha um caráter peculiar, treinar com uma maga independente da cidade para demonstrar o orgulho e beleza de nossa guilda, talvez trazê-la para nós estaria implícito? Não estava descrito na missão de nome peculiar ao menos. Caminhava até o local de treino esperando uma batalha amistosa ou algum tipo de treino que a mesma proposse.

Quando chegava, um sorriso carregado de nostalgia me escapava, uma mulher asiática de cabelos e olhos negros como a noite, beleza certamente fazia parte da missão se ela estava ali, não que algo me seria proposto além de admiração. Meu coração já tinha uma dona irrevogável aquela altura.

A maga independente em questão não era ninguém menos que a minha primeira contratante, uma delas na verdade e pelo pergaminho da missão, essa era a primeira vez que lia seu nome, Mirian Popy, não combinava tanto com sua aparência, esperava algo mais ocidental.

- Então foi você mesma que veio Hikari, quanto tempo.

- Parece que realmente virou uma maga, seguindo seus sonhos.

- Graça a você…

- Não, é graças a você e sua decisão. Não pensou em fazer parte da nossa guilda?

- Não, quero seguir meu próprio caminho um pouco, sem influência externa, já me levei de mais.

Conscentia com a cabeça para a mesma, afinal, não discordava de todo com seu caminho, cada um tinha seus sonhos e objetivos, aqueles eram os delas, eu tinha os meus e nenhum era menor ou maior que o outro.

- Eu também decidi trilhar um sonho, quero ser líder da minha própria guilda, proteger as meninas que agora chamo de família…

- Ora, ora! Posso estar treinando com a futura líder da guilda? Me sinto lisonjeada… a verdade é que eu queria te rever, sua alegria sempre me renova.

- Podia ter ido lá.

- Não daria certo.

Uma certa pausa lhe vinha, parecia cansada, como alguém que vinha treinando muito durante o tempo em que estaria distante de mim. Uma amizade saída de uma festa, era algo difícil de imaginar, mas, não impossível e aquilo só ressalta isto ao mundo.

- Então, vamo treinar?

Suas palavras tiravam um sorriso faceiro em meus lábios e meus punhos eram posicionados a frente, fechados e contraídos pela concentração, intensa para não subestimá-la, porém, sem os mecanismos. O mesmo ela fazia, parecia que realmente não seria uma luta mágica mas física.

Golpes vindos de todos os lados, ela era rápida, mas seus golpes não tinham peso. Apesar de não me acertarem, sentia que também não me feriam se o fizessem e logo compreenderia. Todos um chamariz para o golpe final, quando minha guarda abria a mesma tinha um impulso forte para um golpe potente. Minha guarda era retomada, punho a punho e um som estridente e ao mesmo tempo seco era ouvido quando lágrimas rolavam por seu rosto.

As costas da minha mão haviam muitos ossos e se há ossos, estes são de metal, devendo a pressão no punho de Miriam que no mesmo momento recuava.

- Você não usava fairy magic?

- Bom, debaixo da pele tem uns truques que eu não controlo, desculpe.

Sorriamos juntas e logo a garota partia, minha missão estava cumprida, ajuntava o que me sobrava de fôlego e partia novamente para a guilda para descansar com sensação de dever cumprido.

Missão:

Dentre as missões, mesmo as de rank um pouco superior às normais que estariam no primeiro rank desta, as denominadas rank D, prosseguindo as rank C, pedidos peculiares como aquele não estariam extintos. Entretanto, aceitá-la parecia uma boa ideia de qualquer modo, isto em ênfase por quem teria feito o tal pedido de que alguém protegesse um pedido de compras, roupas em geral que estariam sendo trazidas até a guilda em si, seria um pedido de ninguém menos que Donapruh, a atual líder da guilda a qual eu pertencia e almejava ascender ao seu cargo, tornando-me líder da Mermaid.

Logo chego ao local designado para a missão, onde estaria a cargo de fazer a escolta da caravana de roupas explicitada. Não há muitas surpresas a princípio e sequer dificuldade em encontrar qual seria a tal comerciante, a quantia exorbitante de peças na estrutura chamava atenção o suficiente para que qualquer um não a visse, incluindo a mim mesma. Aproximava-me vendo uma mulher de baixa estatura levando aguardando-me para prosseguirmos.

-  Olá, sou Hikari vim aqui para acompanhá-la.

- Sim, sim, sim, eu estava te esperando. Eu disse para aquela sua líder que não precisava, mas ela insistiu então aqui estamos, vamos logo.

- Certo senhora.

A viagem de volta a guilda seria acompanhada de uma eterna prosa vinda da pequena mulher, que era uma verdadeira matraca sem fim, por vezes trazendo meu fite para si e pensando como alguém tão pequena podia falar tanto. Coisas sobre sua infância, sobre a época em que a mesma era uma maga e conselhos que não sabia se queria ouvir, pessoas como ela que contavam de seu passado e achavam-se dona da razão, como as madres do orfanato, tão sábias que venderam-me por uns trocados para os experimentos, de fato não tinha meu agrado.

Minhas resposta eram quase todas bem simples, por vezes uma única palavra ou até sorrisos forçados na esperança tola de que em algum momento ela deixasse de falar, mas, ao que parecia não teria a sorte até que nos separássemos e tudo se mantinha extremamente pacífico. Era o suficiente para que por vezes eu pudesse notar que ela conseguia manter com sua mana a locomoção do veículo sem problemas, sem pausas, demonstrando que ela ao menos tem mana para sustentar sua conversa sobre ter sido uma maga.

- Estamos chegando e nada, viu, não tinha necessidade.

De fato chegamos a guilda em plena segurança, ninguém teria feito nada e também, não via exatamente por que alguém atacaria uma caravana somente com roupas para serem roubadas, poderia ter algo escondido entre elas que chamasse atenção, mas, fora a pequena senhora nenhuma força mágica diferente poderia ser notada e também a paz representava isso de alguma forma.

- Sim, parece que foi uma viagem tranquilo. Considere que ela gosta de se certificar que tudo corra bem.

A senhora e eu começaríamos a descarregar o pedido, levando ao interior da guilda em um local designado pela master e logo estaríamos acabando o serviço em dupla, de forma que não seria tanto trabalho fazê-lo. Logo acabaríamos e iria me despedir da mesma e dispensá-la a porta, esta porém, não iria antes de dizer algo que me tirava um sorriso pela primeira vez verdadeiro e concordando com a mesma.

- Você tem dificuldades de confiar nas pessoas não é jovem?

- Talvez...

Missão:

Mais uma missão era adotada por mim dentre as que estavam disponíveis e mais uma vez em um ambiente em que poderia ocorrer certos desconfortos, afinal, uma mulher com compromissos antes seguia uma missão dentro de uma festa noturna e agora, a mercê de uma missão que envolvia um concurso feminino de canto ao qual eu tinha que proteger as damas do local.

Logo chegaria ali apresentando-me e cumprimentando também os demais da equipe de segurança, afinal, como era óbvio pensar eu não seria a única contratada para proteger o local que podia sofrer com a intervenção de fanáticos ou outros causadores de problemas.

A priori, nenhuma das participantes ainda me teriam sido vistas, andando pelos corredores dos camarins e procurando de certa forma também evitar assistir de mais, para quem já estava a um tempo sem nenhuma ação mais interessante, na verdade, nenhuma ação mesmo, qualquer tentação poderia ser um deslize cometido por mim.

Para meu azar, teria de ser forte além do que pedia dentro daquela missão. Andando pelos corredores, ouvia um grito estridente, aparentemente apavorada e logo me lançaria naquela direção para entender o que estaria ocorrendo. Um corredor a direita do meu, abrindo a porta e começando a aquecer meu mecanismo, o ato de entrada durava pouco enquanto meus olhos assustavam-se com o que teria visto.

Uma garota de cabelos acobreados e olhos verdes, corpos de formas bem delineadas, seios não tão expressivos e também não pequenos, eu sinceramente preferia este segundo caso e pernas e glúteos fartos me faziam desviar meus olhos de seu corpo completamente nú, para onde seu olhar estaria. O vilão implacável e destemido que causava pânico em si era uma… barata.

- Er… calma senhorita...

- Calma nada! Mata esse monstro!

Histeria não fazia bem meu tipo, porém, estar nua era de fato tentador. Evitando olhar seguia encurralando a invasora de tamanho poder opressivo que causava tanto temor, sim, sendo irônica em minha própria mente a respeito daquilo, matava a tal criatura a envolvendo em um pouco de pó para levitar-la e jogando para fora pela janela do recinto balançando a cabeça em resposta negativa ao ocorrido.

- Agora está sal…

Minhas falas eram interrompidas pela sensação da mesma me abraçando por trás, a sensação do toque de seu corpo me calava e nublava minha mente um instante, causando um logo suspiro para me acalmar.

- Obrigada! Você me salvou!

- Cer-certo, mas pode ficar calma.

Dizia afastando-a e virando-me, arrependida depois de fazê-lo e vendo o quão confortável estava por estar com outra garota, me sentindo um pouco culpada. Ameaçava sair do quarto mas a mesma me segurava, impedindo-me e depois prosseguindo.

- Fica mais um pouco, eu não... se vai aparecer outra.

Algum tempo se passava comigo vendo-a se vestir até que estivesse de fato livre, para continuar minha guarda ainda mais frustrada pela solidão, caminhando cabisbaixa um pouco e tomando o ar que me faltava até o local onde a premiação já ocorria.

- É… parece que ela ganhou…

Dizia sorrindo, encostando-me à parede lateralmente vendo-a receber a premiação com certa empolgação, por tê-la conhecido e ficado ali de forma prévia, apesar de minha face estar um pouco rubra por lembrar dela nua, partindo com o fim do evento.

Missão:

Uma após a outra, novamente estaria a uma missão com os mesmos parâmetros e encargos, proteger as damas de um concurso de canto feminino montando guarda ao local, não seria por acaso que estaria duas vezes naquele serviço e a segunda, era quase uma solicitação direta a mim.

Não seria o acaso, um outro concurso fazia o pedido e acompanhando isso, saindo da guilda após um dia de trabalho um encontro me chamava atenção. Allora, este era o nome da ruiva que no outro dia do mesmo exercício encontrara no vestiário, pedindo-me pessoalmente para que eu estivesse trabalhando novamente com a segurança de um evento em que ela participava.

- Eu preciso que você vá de novo fazer a segurança, além de você ter me salvo ainda foi como um amuleto para mim, sabe, eu nunca havia ganho o concurso até você aparecer no meu quarto.

Suas palavras tinha certo propósito a mim, incerta era minha aceitação que acabou tornando-se fato, caminhando hoje pelos corredores novamente e montando guarda, mas, naquele momento sua gratidão era o que mais me tocava. Desconsiderado inclusive sua descrição exagerado de que eu a havia salvo, sendo que era apenas um inseto qualquer, bom, vamos considerar que esse inseto em questão causa histeria até em elefantes ao menos.

- Certo - Era a palavra que me trás ao momento em que estou, novamente escutando o grito da garota que precisava controlar sua histeria se desejasse manter sua voz saudável, corria mas não com tanta pressa para acudir a senhoria Allora, abrindo a porta já olhando para baixo procurando o monstro alado.

- Olha minha heroína aqui… sabia que você viria.

Uma longa gargalhada inundava o cenário enquanto meus olhos voltavam-se a mulher envolta em um roupão, não haveria nada desta vez e pelo aparente, teria gritado apenas para chamar minha atenção para o local em que estava, me deixando um pouco indignada com a mesma pelo ato impensado.

- Pensou nos problemas que isto poderia causar?

- Desculpa, desculpa… é que eu queria te ver, conversar com você me acalma.

Reviraria os olhos e voltaria a conversar um pouco com ela, assistir a mesma passando o som um pouco antes do treino e então vestir-se novamente, novamente, me deixando desconfortável por estar assistindo.

Ela não ganharia desta vez entretanto, ficando em terceiro lugar e carregando um sorriso melancólico em sua face caminhando até mim ao final do evento, me abraçando e chorando um pouco em não ter ganho o concurso.

- Quem sabe o amuleto era a barata?

Brincava com ela lhe tirando um sorriso, ainda envolta em mim respirando em longos períodos, apertando-me.

- Não tem problema, a próxima eu ganho, você virá me ver competir de novo?

- Quem sabe…

Dizia acariciando seu cabelo, ela não tinha ganho o torneio, mas, eu tinha ganho mais uma amiga, e claro, mais uma missão concluída junto a seus benefícios. Afastava-me tomando a sua direita e caminhando até sua casa pós expediente, vendo-a caminhar mais leve do que estava alguns momentos antes usando a desculpa de manter sua segurança até que ela estivesse bem e em casa.

- Vamos, se acalme, eu quero ver um sorriso, meu trabalho é garantir que todas vocês fiquem bem.

Missão:

Novamente via aquela missão no quadro com um sorriso no rosto, aquilo já estaria tornando-se um estranho hábito entre nós garotas, treinarmos juntas com Mirian me recompensando em dinheiro por isto, ainda assim, sempre que via aquele pedido quase endereçado a mim, não resistia e o pegava. Era um prazer a parte treinar com esta e ainda também, por outro lado, uma recompensa que eu não recusaria de forma alguma. Alguns passos e logo estaria junta a garota de cabelos negros e olhos expressivos, de caráter mais asiático e ar leve.

- Mirian, se aceitasse meu convite e entrasse a guilda comigo, não precisaria de uma missão para me encontrar. Além disso, não treinamos juntas duas semanas atrás?

- Como se fosse simples te encontrar, sempre tão ocupada… e bem, já disse, estou tentando me encontrar. Mas… quem sabe, um dia, eu aceite essa proposta, cumpra aquele seu sonho antes e eu farei isto, de entrar com você. O que acha?

- Cumprir meu sonho… interessante, vai ser minha parceira quando isso acontecer? Vejo interesse nesse pedido e condição.

- Quem sabe… torna as coisas mais interessantes ao menos, devo dizer.

- Sei…

Ambas sorríamos com a conversa, que tinha um rumo estranho e torto, enquanto ao mesmo tempo ergueria meus punhos à frente convidando-a ao mesmo, afinal, o combinado era que eu a treinasse e pela primeira vez levaria isso tão a sério. Mais confiante em minhas próprias capacidades, assumiria realmente um clima de professora.

- Em guarda!

- Certo!

Nossos punhos se cruzavam e entrelaçavam, apesar de sermos eu uma maga fairy e ela uma maga Darkness, nossos estilos eram próximos e diferente da forma que todos outros usam, ambas lutando a curta distância. O ritmo dela era mais rápido, mas faltava um pouco de maldade e vontade de causar dano a adversária por vezes.

- Leve a sério, ataque para ferir.

Era uma boa aluna, acompanhando minhas palavras logo fazia-se como havia pedido, seus golpes se tornavam mais pesados até que pela esquerda, um cruzado entrava forte parado por minha mão correspondente, em muito por minha estrutura óssea adulterada e meu ar escapava um pouco.

- Agora sim.

Ambas nos reverenciamos, com um sorriso finalizando o combate aquele momento, nos abraçando e observando o horizonte, estaríamos ao mesmo local dos primeiros treinos de minha jornada, encostas de pedra e rochas destruídas, assim como árvores do cenário que antes eu atacara com meus punhos envoltos em fairy magic.

- Até a sua entrada na guilda.

- Vai precisar daquilo para isso.

- Para finalizar, lembra de quando me viu quebrando a pedra com meu punho envolto em magia? Faça o mesmo.

- Er.. certo.

Comigo apontando para um rochedo local a mesma caminharia até próximo, diferente de minha magia mais luminescente, envolvia seu punho em sua matéria escura para então dar um golpe no local de forma intensa em busca de quebrar o rochedo. O objeto logo trincava quase desmoronando, o fazendo em um segundo golpe que a mesma fazia com sua mão adjacente. Não resisitiria a provocá-la em um sorriso antes de em fato partir.

- Parece que está quase apta a me enfrentar a sério… te vejo depois Mirian.

- Haha! Com apenas uma mão, te mostro quando entrar.

Missão: