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[RP - Flashback] Krig och Bristle

[RP - Flashback] Krig och Bristle - Publicado Seg Jul 02, 2018 3:26 am



Krig Och Död;
Para a vida toda, seu único parceiro
Entre as montanhas de umas das pequenas ilhas, não a que nascera mas umas do que tomara em sua jornada. Ainda podia sentir o cheiro do sangue a cada trago da brisa úmida do mar em meio ao  sal, seus fios loiros quase sempre em tranças, apenas uma mecha balançando conforme o vento enquanto seus olhos miram a despedida do sol no horizonte. Suspira em um longo piscar sentindo o gosto amargo e doce ao mesmo tempo na boca. Não era comum para ela estar tão pensativa, questionar-se a respeito de certo ou errado e sobre o que a mesma fazia, em geral era bem frio e seu coração como um domo de aço pronto para quebrantar quem olhasse para si.

"O que há comigo hoje?"

Estes pensamentos lhe corriam enquanto levanta-se com alguma dificuldade, sua perna estava ferida, não sangrava, o que havia saído estava seco através do logo e profundo corte e apenas a dor restara. Crr. Grunhia pela dor torcendo sua face em uma expressão que misturava o fardo com ódio, mordendo firme seus dentes e caminhando pelas pedras por cima dos corpos de seus inimigos. Não mancava, seu orgulho não lhe permitia tal a cada vez que engolia seco o timbre rouco de sua própria voz, seus músculos enrijecidos e a armadura quase toda dilacerada ou destruída em seu corpo quase nu.

Estava só naquele lugar, seus companheiros haviam sido mortos pelos nativos daquele lugar, e estes por sua vez, haviam sido mortos por ela. Era jovem e seu sangue fervia ainda mais que hoje, possuía ainda apenas dezesseis anos e já tornara-se general de uma tropa, esta tropa também não existia mais. Poderia ser isto que a fazia pensar, desde seu nome, a morte sempre caminhava com ela e não sabia ao certo se era uma coisa boa ou ruim. Död, o maldito soldado desleixado, tomado por sua própria preguiça de conferir a vida dos civis nunca poderia ter acertado tanto em um nome.

"Tof". O som era seco, era o impacto dos dois punhos da mulher contra sua própria cabeça, precisava concentrar-se para sobreviver e todo aquele drama da mesma para com a mesma não estava ajudando, estava faminta, ferida e exausta. A maioria das tendas e casas assim como seus suprimentos haviam sido incinerados, passos e passos entre corpos e cinzas não ajudavam-lhe a encontrar comida, entretanto, encontrava ainda alguns dos focos de fogo provocados durante a invasão. A noite era fria e aquilo era útil, porém, ainda precisava comer e se proteger do frio. Inclinava-se para trás, após sentar-se próxima a chama apoiando suas mãos. Havia um corpo ali, abrasado pelo fogo, sua armadura porém, estava quase intacta e não era difícil pré-supor que ele morreu sem luta alguma.

Não havia exitar para a sobrevivente natural, começava a arrancar do homem suas vestes metálicas ainda um pouco quentes, era alto, o suficiente para que coubesse a mesma e logo este estava nu, ela vestida de suas não mais necessárias formas de sobreviver. O cadáver do homem não era muito antigo, além disso, parecia ter sido assado por dentro de todo metal da estrutura. Krig sorria carregando no tom sua melancolia, uma oportunidade estranha e formidável. Com uma faca no coldre de sua perna, retirava uma lasca do homem, um bife de luxo para quem está a beira da morte por perca de sangue, os dentes cravam selvagens, como se fosse o mais suculento pernil. De fato não era nada mal. Devorava como uma animal cada parte tragável e saudável do homem, deixando de lado a faca e comendo direto da fonte até estar satisfeita.

Um sono profundo lhe tomava em sequência, estava alimentada e protegida do frio, a exaustão contida até então lhe vinha derrubando-a como o mais forte guerreiro. Não duraria tanto quanto a mesma gostariam as seis horas de sono que pôde ter no solo acimentado das vielas do que já fora uma cidade, um som estranho a despertava por instinto, como a respiração de algo próximo, como se algo a observasse das sombras a deixando desconfortável. Permanecia perto ao fogo incerta do que poderia ser permanecendo atenta e aguardando algum resgate.

Tsc.

Dois dias passavam-se ali, cravados pelas marcas no solo que a mesma fazia para ter ciência do tempo que ficava ilhada, do seu alimento canibalesco pouco sobrava e em geral, não somente ele como os demais já sofriam com a putrificação restringindo a alimentação da guerreira. Além disso, a estranha presença parecia sempre vir a noite vê-la, como se aguardasse sua morte para poder devorá-la, como se fosse sua própria alma fraquejando. Precisava de forças para continuar viva, caminhava até algumas docas perto onde aparentemente tinham algumas coisas que dariam para comer. Batatas e algumas outras hortaliças, além disso, dentro das adegas do local havia vinho de qualidade duvidosa.

Ela nunca havia bebido e não sabia se aquela era uma boa hora para uma primeira vez, juntava-se ao mesmo ponto de partida fazendo fogo com pólvora que ainda restava dentre a usada na retaliação realizada na invasão, aquecendo a batata, comendo algumas folhas cujos nomes desconhecia, mas, que aparentemente não lhe faziam mal e devorando a batata tão voraz quanto antes fazia com o corpo que jogara fora. Bebia água de um poço próximo abandonado, e quando a noite caía, novamente sentia-se observada como o de costume. Questionava-se sobre sua própria sanidade, se a mesma não teria enlouquecido com os ruídos antes de adormecer.

No quarto dia ali, acordaria apenas quando a outra noite já havia chegado, assustada e alerta ao redor de si. Era um péssimo quadro, não havia ainda comido e sair para buscar não parecia uma boa ideia dado a sensação, consigo somente algumas poucas batatas e o vinho. Seu longo sono era provável que originara-se nas hortaliças, não deveria tê-las comido a princípio de conversa, seus pensamentos lhe puniam, mas, não podia desgastar-se ainda mais. Elevava de maneira ágil o fogo praticamente extinto sobre folhas de árvores junto a onde tinha pólvora, reacendendo-o e logo começava a aquecer as batatas e comendo-as em certo desespero.

Sua barriga roncava, não era suficiente conforme as horas passavam e sempre a sensação que a floresta tinha olhos, revirava os seus, encontrava as garrafas com o líquido roxo e logo as tomava bebendo quase em um só gole uma delas. Sua mente vibrava quase de instantâneo, como se ficasse tonta, fazia-lhe perceber o quão ruim fora a decisão. Apenas por alguns instantes. Após isso uma súbita coragem lhe preenchia entre soluços, era fraca para aquilo, percebia isso, em sã consciência suas ações poderia ser diferentes, mas, em seu limite seus instintos governavam mesmo que não estivesse tão embriagada assim.

- Cansei, é isso, venha me pegar que vou fazer churrasco de você! - Esbraveja a mulher contra a floresta sem saber exatamente para onde ou para o que gritava - Ou é covarde de mais seu lixo imundo!?

Nada aparecia, ainda pior que antes, a única coisa que acontecia era que aparentemente mais uma presença formava-se atraída por sua voz. Como se fosse observada de dois pontos distintos, a enfurecendo ainda mais pela manhã. Estava em seu limite, aquele dia, seu foco não foi em alimentar-se, apesar de devorar um albatroz ousado que pousara próximo de si pela tarde, sendo esfaqueado o desavisado em reflexo e logo depois virando comida. Seu foco foi armar-se com algumas lanças que estavam por ali, deixando-as perto de si, sua faca sempre no coldre e seus olhos carregados novamente pelo ódio que quase sempre sentia.

Não queria que passasse daquela noite, era um ponto definitivo para descobrir por fim o que tanto a atormentava. Lança em mãos, a lua cheia acima de si e o vento frio tocando seu cabelo completamente desordenado após tanto tempo, seus músculos já definidos contraídos e seu coração valente como nunca, uma tapa da ponta da lança empurrava um tecido grosso sobre a chama a apagando por completo após Krig ficar minutos de olhos fechados. A lua era a única luz que precisava, sentia a presença, sentia aproximar-se por entre as folhagens, podia ouvi-la.

- Venha!

Um felino imenso saltava por entre as folhagens, muito maior do que a garota esperava. Não acovarda-se entretanto, segurava firme na madeira de sua lâmina preparando-se para responder a investida com a extremidade metálica buscando perfurar a fera em uma ultima tentativa ou morrer tentando. Fora sempre assim para a mesma afinal, as feras que enfrentou sempre foram maior que si, seus desafios sempre fizeram a si parecer pequena.

Foi tudo como um estrondo de um trovão após o relâmpago, não sentia o peso do animal sobre sua lâmina mas ouvia o grunhido do grande tigre ao ser acertado por algo, seus olhos cegados pelo breu notavam apenas as silhuetas de duas grandes criaturas se colidindo, como dois grandes predadores dotados de enormes dentes em sentidos opostos, perdendo-se entre as folhagens novamente como se nada tivesse acontecido, fazendo tudo parecer apenas um sonho maluco que Krig teve enquanto alucinava. Não tinha bebido entretanto, tampouco comido das hortaliças que fizeram-lhe mal. Não podia aceitar.

Após uma breve noite de sono o sol banhava sua face trazendo-a de pé novamente, seus olhos azuis cansados e seus lábios opacos, caminhava pela cidadela perdida em pensamentos sobre a noite anterior até encontrar uma praça aberta que conectava-se a outra da mesma maneira, entretanto, era as imagens escupidas em pedras ao centro que mais a intrigava. Em uma delas um grande tigre dente de sabres, aproximava-se tocando a forma e realmente parecia com o que vira na noite anterior, fazendo abrir fortemente seus olhos enquanto a olhava.

"Mas se uma das criaturas está aqui..."

Seus olhos em um movimento de seu pescoço viravam-se intensamente na direção da outra praça, lá estava o que procurava, não outro tigre como julgava mas algo ainda mais peculiar. Um grande Javali estava ali, sua forma era realmente bela para a jovem mulher e sua força imponente, nasceu para ser presa e escolheu ser predador, lembrava um pouco a si mesma, era uma sobrevivente, uma guerreira. Caminhava até ali tocando-a como fizera com o tigre, sentindo o calor no frio da pedra. Ambos eram adorados como Deuses por ali pelo que aparentava, mas não eram, ela vira, eram animais grandes e belos com grande poderio. Um desafio a altura de si.

Retornava ao centro de suas atividades, recolhendo dentre os restos de alguns dos seus uma lança melhor, maciça em sua extensão de metal para que resistisse a intensa batalha que estaria por vir. Giraria-a sentindo seu peso, preparando-se, alimentava-se do que consegui, dentre restos e outras coisas provenientes das árvores até que a noite chegasse, sem qualquer luz desde o princípio, de peito aberto queria enfrentar as feras, dominar o local como um todo. Nada acontecia. Nem uma e nem outra, nem um olhar a atormentava como antes. Krig simplesmente não conseguia entender o que estaria acontecendo.

Pela manhã quando o sol a tocava novamente não conseguia esconder o mal humor, na verdade, não havia para quem esconder o grunhido de ódio que expelia através de seus lábios. Ajeitava a sua lança nas suas costas, fechando seus olhos por um instante, não podia aceitar a recusa a seus desafios, de ambas criaturas, adentraria na floresta a passos firmes evitando os galhos e com um único objetivo em mente. Se não iam até ela, a mesma os buscaria para seu embate. O tilintar do metal não escondia sua presença e não era como se desejasse esconder de toda forma.

Não demoraria muito, dentro de uma clareira em um dos bosques que conectavam-se ali por caminhos feitos de maneira provável, pelos antigos civis locais, estaria um de seus rivais, Havia um porém, não estaria bem da maneira que a mesma esperava, da segunda praça aquele que aparecera diante de si, agora estava ferido sobre o solo, evitava pensar em quase morto para não ser indelicada, mas, não podia sequer se chamado de rival. O javali entre feridas e carne dilacerada respirava com dificuldade, ensanguentado. Tsc. Pensava a mulher afim de abandoná-lo, mas novamente sua imagem era como a de si própria, poderia abandoná-la como abandonaram a si? Não, precisava fazer algo a respeito se queria uma luta justa.

Recolhia várias folhas ao redor de si, grandes e que a mesma sabia ao toque que não eram irritadiças, fazendo curativos para o animal deitado ali, sempre evitando proximidades desnecessárias da moribunda e acabar ferindo-se a toa. Pegava das árvores e também de animais que passavam desapercebidos também o alimento para as duas, passava todo dia praticamente caçando e colhendo, visto sua nova parceira e sua alimentação desmedida. Após alguns dias, conseguia aproximar-se a acariciá-la ainda deitada, suas feridas quase todas fechadas e aparentando estar mais forte, com mais sangue. Sem perceber, também Krig adentrava nestas condições.

Foram ao todo trinta dias, até que a sensação retornava para as duas, a sensação de estar sendo observada e nada ainda de resgate aparecer, teriam desistido dela? As guerras estavam acirradas e não conseguiam chegar? Certamente era primeira sentença e não seria a primeira vez que teriam feito isso. O próprio envio para ali era para ser uma missão suicida se conheciam as lendas do tigre e da javali, o gosto amargo na boca da jovem general só não era pior pelo costume de si, assim como pela companhia do estranho animal que ainda não conseguia levantar-se.

Não esperaria que conseguisse, a vingança seria feita mano a mano, entre Krig e o tigre. Em outra noite em que eram observadas, pegava sua lança consigo com o semblante marcado pelo ódio, apenas pela sua forte presença o animal podia entender que lidava com outro predador e não uma presa, caminhava em direção ao breu em outra clareira, girando sobre si a lança e então segurando-a junto ao solo em som forte do metal que tilintava com o vibrar do impacto acompanhado pela voz de Död que vociferava aos cantos do matagal, todos eles em ressonância.

- Venha me enfrentar criatura covarde!

O som caminhava pelas florestas ecoando pelos ouvidos da mulher, cada paço entre as perdas e folhagens arrepiavam a mulher como um sussurro que corria sua espinha, seu pescoço. Retirava de sua face um sorriso quase doentio, poucas vezes sentia aquilo em batalha, aquela emoção, que sua vida realmente corria risco, era quase orgásmico. Um certo som soava em sua mente, como batidas de um encantamento, como uma das canções de Artic Monkeys, um prenúncio da batalha iminente que a encorajavam. A silhueta se formava iluminada pelo luar caminhando ao seu entorno e seus olhos acompanhavam, sua respiração ofegante não pelo medo, mas pelo êxtase.

Vinha por entre duas árvores, saltando de uma pedra a um metro do chão em direção a mulher que ficava sua lança no solo buscando empalar o felino, sua resposta era rápida, em uma patada lateral ágil deslocava a ponta da lança deslizando sobre si e empurrando a mulher para o lado. A mesma girava em seu eixo buscando um novo ponto de acesso enquanto em saltos a criatura procurava encontrar uma brecha para ferir-la, era rápida, mas Krig tinha a vantagem da defensiva consigo como um dança onde o parceiro é obrigado a deslocar-se por um espaço muito maior para o desfecho.

Era útil de todo aquilo, enquanto nada fosse de fato feito, a energia do animal ia se esvaindo e as chances ampliavam-se a sobrevivente das ilhas. Mais próxima podia inclusive notar em seu couro a sua lateral que a Javali não fora a única que ferira-se, não nas mesma proporções, mas, a mesma também esteve bem machucada. Sorria ainda mais, orgulhava-se da fera e mais um desejo lhe permeava, de honrar a outra sobrevivente levando consigo quem ferira-lhe. Simpatizava de fato com a criatura com dentes que mais pareciam chifres, ou chifres que pareciam dentes... Não importava muito.

- Vamos só brincar ou vai fazer algo?

Por um instante desvencilhando a ponta da lança da direção da fera criava uma falsa abertura, o tigre não exitaria saltando sobre si, a face sombria da mulher revelava o contentamento enquanto sua lança voltava-se a mesma novamente fixada no solo. Cravava-se no interior de uma das patas da fera, mas em seu movimento a lançar empurrada para trás sendo enviada para longe por uma das patadas desesperadas, longe o bastante para por a mulher em risco. Sua reação era rápida em busca da arma, mas mais veloz ainda a fera punha-se entre elas, como se sorrisse triunfante.

- Tire as garras, ainda sobraram meus dentes!

Tirava de suas pernas duas facas que usava erguendo-as a frente, seus olhos azuis compenetrados encarando face a face os amarelo-esverdeados, a situação não estava boa, como sempre, mas apenas um predador podia sair dali vivo, e de preferência, seria a si mesma. Vociferava um grito de guerra enquanto avançava e via o mesmo também fazê-lo em um rugido, estava preparada para a morte, quando dentro de um vulto vindo da mata novamente a javali a salvava jogando-o de lado, seus olhos acompanhavam perplexos, mas, seus pés agiam por instinto.

- Valeu belezinha, depois me conta como voltou a andar.

Avançava na direção da lança de forma veloz, deslizando para enfim pegá-la e tornar a sua antiga trajetória em direção ao tigre. O mesmo ferido batalhava contra a javali com mais dificuldade, era a brecha que a mesma não podia desperdiçar, correndo em círculos, até uma pedra lateral mais alta, a mesma do início da luta, tinha o impulso o suficiente para saltar sobre ambos aproveitando da distração. Um único e potente golpe descendente, uma lança sobre o pescoço da fera que revidava em uma patada que arremessava Krig a metros dali batendo contra uma árvore.

Pronta para aceitar por fim a morte, sua visão nublava-se, podia notar ao longe a fera com a lança encravada em seu pescoço debatendo-se em seus últimos momentos contra a morte. A Javali caminhava devagar em sua própria direção, sentia algumas costelas provavelmente quebradas, o braço atingido sangrando e já encontrava seu destino como comida para a amiga predadora. Fechava seus olhos perdendo a consciência, engasgando com o próprio sangue antes de finalmente desmaiar.

O calor do sol lhe tocava pela manhã, fazendo-a despertar em meio as dores por todo o corpo, abrindo os olhos com dificuldade via a sua frente a animal deitada, logo atrás o tigre já morto. "Parece que eu matei um Deus". Sorria e depois grunhia com a dor do ato em suas costelas fraturadas,  olhava para si e parecia inteira, estranhava a priori, procurava levantar-se, sem muito êxito até que sentia um toque gélido do focinho de sua companheira lhe dando apoio para que sentasse próxima a uma árvore dali, com as costas apoiada em suas raízes enquanto respirava com dificuldade.

- E virei amiga da outra.

Sorria com a situação, olhando ao redor de si, depois para a fera, vendo que a mesma também tinha ferimentos.

- Você não tem um nome neh? Se vamos morrer juntas, precisa de um, Bristle, que tal? Desculpe a falta de criatividade e tals...

Sorria novamente e de alguma forma a fera também respondia, levava minha mão a frente e a mesma me concedia algum apoio em resposta para que eu ficasse em pé, a dor era quase palpável mas a fome também, com dificuldade caminhava até o tigre caído empalado pela lança, tomando-a para mim com alguma dificuldade e depois olhando a ferida aberta em seu pescoço. Um suspiro longo, um olhar para bristle e logo me debruçava ali atacando quem me atacava, devorando parte da área exposta como uma selvagem, menos civilizada até que a Javali que ainda não o teria feito.

- Vamos, não quer morrer de fome neh? - dizia em um gesto de braço para a Javali que fazia o mesmo em outra área.

Quem assistisse aquela cena certamente não veria-me mais como uma humana e talvez de fato eu não fosse, para sobreviver comi pessoas, feras e outras coisas, para sobreviver matei pessoas, feras e outras coisas. Talvez fosse melhor aquela amizade, entre eu e a Javali que compartilhava o momento de apreciação do sabor de nosso inimigo, talvez a melhor companheira fosse alguém tão fria e animal como eu. Não precisava dos limites de pessoas, do peso fútil que humanidade trazia consigo, apenas precisava me sentir viva e os prazeres que estar viva podem conceder-me.

- Certo Bristle !?

Os dias corriam como antes, agora eu tinha uma companhia tão boa quanto ruim para aquele ponto, eu sabia que como eu ela era uma sobrevivente e faria de tudo para isso, para sair dali viva como eu também faria, a comida era escassa, a que tínhamos e já não era só carcaça ia apodrecendo, ela era uma pedradora e eu estava muito ferida, se não tomasse cuidado toda gratidão podia valer de nada e eu virar a próxima refeição. Ao menos pensava assim, pois no desespero, ela também podia ser isso para mim. Erguia-se com dificuldade e pegar mesmo pequenos animais era sempre uma luta enquanto não se recuperasse. Os dias breves pela exaustão que sempre tomava a consciência da jovem, pareceram longos como nuncas, a mente da jovem difundia em si mesma e outra, refletindo nas lembranças deturpadas que possui sobre detalhes do evento.

Com dificuldade começaria uma outra migração no terreno, de volta ao começo de tudo na cidadela na origem, acompanhada pela Javali que agora me seguia chegando por fim ao cimento. O cheiro não era nada agradável, menos ainda o clima mórbido dali, presente em cada lápide construída pelos destroços, nas praças era quase cômico ver as "divindades", perguntava-me se também o era para Bristle, visto que era sua própria imagem e a da fera que derrotamos em um centro de culto, o mais provável era que a mesma sequer entendesse. Meu destino era a adega, precisava de um pouco daquilo, bebia do vinho, uma garrafa ou duas, até que sentisse menos a dor e então saia novamente pela cidade.

Não era o suficiente para que trocasse minhas pernas, ia até a encosta em uma praia, onde o mar era mais raso que na maioria dos contornos da ilha com a lança em mão para que pudesse pescar, ou ao menos tentar. Tinha êxito, se é que pode-se chamar o fiasco disso, ao menos era o suficiente para enganar a fome de Bristle. A noite chegava e não fazia mais fogo, apenas deitava sobre a mesma e isto já aquecia-me, também protegia-me da maioria das feras estar ali, perguntava-me uma vez ou outra se existia outra tão grande quando as duas além destas mas, pelo que parecia, não existia nada assim por ali e minha maior preocupação eram aranhas e serpentes por seus venenos.

Uma nova manhã e novamente me ia até a encosta para tentar pescar, não muito animada mas para meus ferimentos, era dentre as caças a que eu conseguia fazer sem me expor ao risco de morte desnecessário. Lança como arpão, alçado e logo iniciava, novamente com resultados baixos e prestes a entrar em certo desespero caindo a margem sentada, bufava, Bristle aproximava-se me empurrando em uma busca de animar-me, sorria de volta e depois voltando-me para o horizonte. Para minha surpresa, dali podia vir meu socorro, uma embarcação apontava no horizonte, tirando de mim um sorriso e um fôlego de vida.

Em um salto pegava a lança deixando de lado os peixes e escondendo-me atrás de uma rocha junto ao animal que eu trazia pelo chifre, se fosse aliados a desembarcar me juntaria a eles, se não fossem o plano era assassiná-los e tomar sua embarcação para zarpar daquela ilha infernal de volta para a minha terra natal onde poderia reestabelecer-me. Para minha sorte ou azar, eram apenas meu povo, não buscavam por sobreviventes, é claro, apenas por espólios da guerra e eu estava ali a desgosto de alguns, gosto de outros.

- Parece que vieram ao resgate, ou será que não?

Dizia saindo por detrás da rocha e revelando-me, claramente abatida por toda estadia ali. Eram um grupo pequeno em torno de dez homens, como se estivessem certo que ou a vitória era nossa ou não haveria mais aqui, talvez, porque fosse eu a liderar aquela esquadrilha em uma missão suicida esperassem que só houvesse morte no local, para contar a história dos pesadelos de todos.

- Krig Och Död, ora ora, se não é você minha querida...

Agora líder de esquadrão, promovido a general o preguiçoso soldado que me criara e as minhas custas se fizera, crescera dentro do exército de nossa pequena nação, o mesmo patife que escolhera o meu ridículo nome que veio tanto a calhar. Aziro, era seu nome, um filho de um estrangeiro com uma das mulheres de nossa terra que buscou em cada pequeno detalhe o lucro sem nem se importar com a vida. No fim não odeio esse seu jeito, me deixa menos culpada por não me importar com a sua também e querê-lo morto mesmo após o mesmo me criar.

- Parece que devem ter havido muitas burocracias para me tirar dessa maldita ilha não é mesmo?

A essa altura, Bristle, a grande Javali apontava por detrás de mim incomodada com as presenças. Seu hálito quente em minhas costas e respiração ofegante, podia sentir o tremor em si e os homens a minha frente também acompanhavam desconfortáveis, alguns até ameaçando retirar suas armas enquanto o homem frio a frente com mais culhões, sorria um pouco, olhando para a mesma com certo encantamento, se tínhamos algo em comum era nossa frieza.

- Parece que tem um belo bichinho aí.

- Calma.

- Não vou fazer nada a ela ou ele

- Não falei com você. - Dizia levando a mão a cabeça de Bristle, acalmando-a e por consequência aos soldados que acompanhavam Azuri, não tirando o sorriso de o mesmo que parecia tender mais a minha ousadia que a nova descoberta neste instante, voltava e cochichava alguma coisa com seus homens que saíam andando pelo local, novamente dirigindo-se a mim de maneira desagradável enquanto eu a acariciava para a mesma ficar tranquila enquanto habituava-se aos estranhos, seus olhos tremendo eram claros sinais do incômodo.

- Shh shh shh

- Pretende levá-las conosco?

- Deixo dúvidas?

- É perigoso, sabe disso.

- Não será se ninguém representar ameaça a ela.

- Não posso permitir.

- Aí será perigoso, não só por ela!

Nossos olhares se encontravam, vibrantes mesmo sem forças. O mesmo caía em uma gargalhada, depois sorrindo mais sério encontrando de novo meu olhar. Ela sabia muito bem a ameaça que eu era sozinha, acompanhada pela fera, seriam baixas desnecessárias senão sua própria morte ainda que eu estivesse fraca como estava. Olhava ao redor, seus homens estariam retornando aos poucos carregando alguns pertences.

- Quase nada de valor senhor!

- Tsc, você esteve por aqui, há algo para levar?

- Nada de mais até onde eu vi, era um povo que adorava a ídolos de pedra. Se não puseram itens de valor em seus Deuses, é provável que não os tinham.

- Tsc, perda de tempo vir aqui então... - seus olhos viravam-se para mim, revirados antes de prosseguir - Senão para salvá-las, certo.

Os homens pareciam descontentes quando notaram que também iria a fera, mas nenhum ousou falar contra. Naqueles dias minha fama já se fazia, minha má fama acompanhada por meu nome e revigorada por meu padastro responsável Azuri, para ele eu não passava de um monstro que ele podia usar para assustar e ganhar poder, qual mal faria ter ainda mais um consigo como Bristle, que também seria um símbolo de seu próprio poder junto a mim, aquela que ganhou a guerra mesmo com um exército menor e ainda retornou com uma besta poderosa que fora adorada como Deusa outrora.

- Essa coisa tem nome?

- Bristle, esse é o nome dela, e não é uma coisa.

- Pois bem, uma fera só tem valor quando tem um nome.

Os homens ainda realizavam uma ultima ronda pelo ambiente certificando-se que não estavam ignorando nada que valia atentar-se, recolhendo muitas armas pelo local e levando-as ao barco, onde também eu e ela entrávamos pela escotilha principal, caminhando e nos alojando a uma das extremidades da embarcação. Fazia isto pois imaginava que a mesma podia enjoar-se, daria-lhes os peixes e também alguns outros alimentos do local para mantê-la assim como também alimentava-me até que por fim os demais também começavam a fazê-lo. Levariam algumas horas até poder zarpar finalmente e abandonar a maldita ilha onde o inesperado encontro acontecera, no fim mal conseguia odiá-la pelo estranho presente que concedera-me.

Os homens apesar de tudo estavam com o mesmo espirito de sempre de pirata, sempre altivos, intensos e alegres. Conseguia entender a sensação, como se cada viagem sempre fosse ser a ultima que nós tínhamos que lidar e por isso, somente por isso, alegravam-se tanto. Distribuíam entre si e eu também aproveitava um pouco do rum que estaria a bordo, embriagavam-se e parcialmente eu também o fazia, não o suficiente para ficar de fato tonta, apenas para que a viagem fosse menos entendiante conforme íamos até solo firme. Ourcjk estava ainda distante de onde estávamos, alto mar.

Um dos tripulantes mais corajoso pela bebida vinha em direção a Bristle, a priori só observava reservada, até curiosa com o desfecho de sua aproximação quase silenciosa, ao menos ele devia achar q foi. Parecia querer por a mão nela e não fazer mal, apesar de tudo, e, mesmo que eu imaginasse que ela não deixaria não fazia nada segurando a gargalhada. Em primeiro ato, quando levava a mão era recebido por um tapa de seus chifres empurrando sua mão para o lado e o desequilibrando. Depois, voltava a tentar e a mesma ameaçava uma mordida. Dava para perceber que não era para acertar, mas era aviso o suficiente para que não acontecesse uma terceira tentativa.

- Parece que ela só responde a você e deixa aproximar-se. Isto pode ser um problema de fato.

O homem oportunista aproximava-se de novo, parecia interessado até de mais na javali e eu não confiava no mesmo, estava disposta a assim como ela afastou o boêmio de alto mar afastá-lo não muito gentilmente. Ele sabia o limite que devia pressionar-me senão quisesse sua tão útil arma contra si mesmo e eu sabia a forma de demonstrar quando não estava mais a brincar em minhas falas e o risco era real, ainda que na maioria evitasse atrito pelo quão útil era estar ao seu lado no que tratava-se das interações sociais, políticas e financeiras dentro de Ourcjk.

- Sabe como é, uma fera costuma entender outra quando acuadas.

Referia-me a mim e a Bristle, mas também a mim e Azuri, afinal, no que tratava-se de ser uma fera o mesmo também era em versado diferente da maioria dos homens presentes. Sua preguiça só igualava-se a sua lábia e a sua esgrima, exceto quando era comigo que o mesmo apenas falava como vinha em sua cabeça. Exemplificando o que antes dizia de uma fera compreender como outra sente-se, o mesmo alongava-se, sorria e virava-se a seus homens com um tom bom humorado. De todo parecia feliz como se fizesse um novo achado.

- Homens é melhor que não aproximem-se delas, nem digo como capitão, como um amigo, se prezam por suas vidas.

Me fazendo parecer um monstro até o fim dava-me paz, a mim e a javali, depois que os homens passaram a evitar-nos como feras enjauladas por barras tênues de mais para que nos segurassem. Dedicava-me então a cuidar de minha companheira que sentia-se mal com o vai e vem, enjoada e amoada em um canto, por vezes voltando parte da comida para o mar durante a noite. A lua no ar e nós ali, lembrando das primeiras noites em que era observada. Pensava comigo mesma quem era que me observava e porque, se era o tigre primeiro ou o javali. No fim, não estava me caçando mas protegendo de seu parente em tamanho, quando eu mesma em minha tolice o chamei para perto. Nas praças suas representações era justamente sobre a protetora e o agressor, mas, eu não conseguia ler em seu idioma e não tinha conhecimento de tal. Apesar disso ela era realmente uma carnívora que poderia comê-los, ou melhor, onívora, só não tão quanto voraz quanto o tigre.

Agora que aquele povo se foi, só restava a mim de sua companheira, para mim que caminhava fora das linhas da humanidade, restava apenas ela como companheira e juntas, deitaríamos qualquer poder que se opusesse a nós, afinal, a verdadeira força não reside no poder, a verdadeira força encontra-se em sempre vencer, pois são aqueles que sobrevivem que contam as histórias. Nós duas somos isto, somos as sobreviventes.

Em terra firme por fim várias pessoas nos aguardavam, ou melhor, aguardavam Azuri, seus homens, sobreviventes e bens. Não havia muito disso ali para mostrar e ele saia do fardo que seria não dar ao povo o que o povo queria, ele precisava de uma substituinte, um espetáculo que os calasse e os desse esperança e algo assim poderia estar bem ali. As pessoas buscam alento em coisas estranhas, a ilha era o exemplo adorando uma fera. Havia ali uma famigerada destas, uma fera poderosa para combater outras, as pessoas adoram deuses da guerra mesmo quando esses trazem morte. Por que? Simples, porque quando não encontram em seus próprios âmagos força para seus atos e vinganças egoístas, quando querem sentir-se melhor que o lixo que escondem no peito, projetam nessas divindades seus desejos mais escuros para terem paz. Azuri sabia disso.

- Preciso mais uma vez que você seja minha porta voz e força, o símbolo que eu construí em você.

Eu não estava surpresa, esperava na verdade quando deixou que Bristle fosse a bordo tão fácil e ainda me apoiou em minhas decisões, queria as duas monstras cativas como um símbolo, que nós fôssemos essas Deusas da guerra que pensava comigo, e sinceramente, não me importava, até gostava da aclamação vazia do povo. Do clamor e tremor por mais guerras, na morte dos inimigos me deleitava, nos gritos de meus conterrâneos me motivava, me lavava. Caminhava até Bristle, acariciando a si, quase como um pedido de desculpas e também um pedido para que se unisse a mim. Caminharia em seu redor subindo em suas costas com a mesma abaixada no solo, pegaria a lança das mãos de Azuri e pondo-a diagonalmente em minhas costas, pura de metal como tinha de ser para mais impacto, com as pernas me firmando. Bristle erguia-se, mais alta que o homem a nossa canhota, saíamos por entre o convés em direção a saída do barco, passos lentos, firmes.

Do lado de fora o povo estava perplexo, silencioso com a visão da grande fera e em cima dela outra ainda, não eram seus familiares e nem tesouros, nada que os alegrasse, apenas mais temor encarnado, alguns poderia querer correr, outras linchar e os mais loucos, adorar tal visão de poder. Mas ninguém fazia nada silenciado pela visão, Azuri por trás de nossos ombros, confiante e sorrindo, como um titereiro nos guiando para fazermos aquele espetáculo.

- Muitos eram nossos inimigos e com honra, deitamos um a um, tomando por completo aquela ilha amaldiçoada que tanto nos trouxeram dores,  nossos homens morreram por uma causa maior. Volto ainda mais forte e a honra de seus entes será lavada com o sangue deles, cabeça por cabeça, juro que trarei para vocês, Por Azuriii!!! Nossa vingança não será branda, no fim nós estaremos de pés gloriosos e todos eles cairão!!! Por Ourcjk!!!

Com um brado de guerra de gosto amargo exaltando o homem, o povo gritava junto em frenesi deixando-me ainda mais indignada, como poderiam ser tão tolos? Eles morreram e foi só isso, no fim, com essa guerra interminável, será o destino de todos nós. Matarei todos antes disto e sobreviverei junto de Bristle para sair desse inferno. Em uma marcha lenta ia abrindo espaço por entre o povo rumo a meus aposentos, a lança nas costas, bristle bufando e por medo ou respeito todos nos deixavam passar sem pestanejar, podia ver de cima meu destino não muito longe da encosta. Ela gostaria de lá por todo pasto e criação que tinha, conquistados por espólios de guerra e renome, graças a Azuri. No mesmo local bombardeado em que nasci. Precisava de um banho, de comida de verdade e tratamentos que Margêt, a governanta de meu lar, poderia me dar sem problemas. O descanso seria breve, eu sabia disso, para feras como nós, o lar não era uma casa, mas, um campo de batalha preenchido pelo sangue de inimigos e aliados.

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A verdadeira força não reside no poder, reside na vitória

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Re: [RP - Flashback] Krig och Bristle - Publicado Seg Jul 02, 2018 5:00 am

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Raça: 
Javali de chifres de gelo verdadeiro
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Atributos:
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Aparência do espírito: 
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Tecnicas do Pet:    
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