[MISSÃO RANK D] Parceiro de Tabuleiro

Edwing Hansberg

Membro Rank D (Sabertooh )

Perambulando pela praça conturbada da pequena cidade onde estava, procurava incansavelmente o possível solicitante do trabalho.

Sr. Vaga Bundo....  - Confirmava novamente no informativo do panfleto, rindo com o nome peculiar.  - Vaga....bundo.... Vagabundo?  - tentava fazer uma assimilação, mas todos seus pensamentos sumiam notando o velho misterioso que permanecia parado com o semblante despreocupado, fitando cada passo que dava.- Sr. Vaga Bundo?  - Mostrava o panfleto da missão. - Sim, meu jovem, sente-se aqui para jogar. Adoraria que ficasse comigo essa tarde. - O velho esquadrinhou um sorriso arrogante em seus lábios, dizendo algo que chamava minha atenção.

- Lembre-se, não tem nada mais poderoso do que sua mente, garoto. - Permanecia imóvel ouvindo suas palavras sinuosas, não entendia muito bem onde queria chegar, mas no fundo só queria terminar tudo aquilo e retornar para guilda. - Farei o primeiro movimento. - o velho dizia sorrindo, movendo seu pequeno soldado.  Confesso que aquele não era o melhor trabalho que iria fazer, nunca tinha sido bom em estratégias e jogos desse tipo, mas teria que terminar o trabalho de toda forma.

O jogo prosseguia de forma embaraçosa e muito entediante, minhas estratégias não eram das melhores, e impetuosamente, aquele velho astuto fazia questão de mostrar minha insignificância.

- Soldados, quantos tem nesse tabuleiro? Tem mais deles, do que bispos, torres, não é verdade? Estes pequeninos marcham protegendo os malditos que fazem de marionetes. Lutam por ideais, família,paz,liberdade... tudo que você pode imaginar.

- Entendo senhor..... - respondia com arrogância e frustração.

- Mas pelo que lutam aqueles se escondem? Poder? Ouro? Ou talvez fama? Lhe digo que nunca é suficiente.Quanto mais em sua mão, maior é também a ambição.Peões avançam devagar, jamais recuam, suas manobras são importantes e não importa o sacrifício. Mas escute bem o que tenho a lhe dizer, jovem. Quanto mais fortes os soldados, mais forte é seu comandante. Ainda insignificantes, esses destemidos soldados são as únicas peças capazes de transformar o que parecia vitória em fracasso descomunal. Enquanto você enlouquecia concentrado em sua estratégia por tomar meu território, meus pequenos timidamente se moviam garantindo-me a vitória.  - Ouvia com  desgosto suas palavras. No fundo não admitia aquela pequena derrota, mas o tempo mostrava-me que seus ideais eram profundos e verdadeiros. De certa forma, mesmo que meu orgulho não aceitasse tudo aquilo, aquela experiência me trouxe uma nova iluminação.


- Sua vez garoto, pode começar. Dessa vez estava determinado em ganhar, fazia meu primeiro movimento de forma agressiva, aquele maldito velho sorria de forma sinuosa notando minha frustração. A partida começava de uma agitada, minha respiração estava pesada, tudo estava indo conforme meus planos, até notar que estava apenas dançando no esquema maquiavélico daquele velho maldito.

- Ganhei novamente, garoto. Escute só, eu sou muito velho, isso você deve perceber por causa dos meus cabelos brancos, ou talvez por quão rabugento posso parecer. A vida é uma guerra. Quando se é um guerreiro você pensa que está fazendo o certo, lutando por aquilo que é justo ou talvez  que lhe faz bem, mas a verdade é que você não passa de um mero peão em um grande jogo de xadrez, como este. Somos aqueles que devem ser sacrificados e nunca lembrados, você deve guardar isso no seu coração.  Eis minha última lição meu jovem, não sou mais um peão, eu repito a mim mesmo todos os dias.  Esse jogo termina por hoje, obrigado por tudo, você realmente foi uma ótima companhia para este velho solitário.