[Post de Entrada] - I am a shooting star?

Já era noite quando Aiden havia decidido sair da pequena pousada em que estava alocado. Encontrava-se em Oshibana havia um certo tempo, e já não havia mais maneiras de pagar a pousada por outros dias; naquele momento, embora ainda houvesse uma dúvida gritante dentro de si, apenas olhou para o céu repleto de pontos brilhantes; aqueles pequenos pontos eram os seus maiores amigos sem dúvida alguma: As estrelas. Tais astros pareciam falar com o rapaz encorajando-o a tomar a decisão certa.
Saiu da pousada, caminhando de baixo do brilho dos corpos celestes. Seu destino era a sede da guilda Sabertooth, onde tentaria se tornar um mago desta, sendo que, o seu maior objetivo dentro desta era conseguir boas missões, tanto pelos Jewels e pelas experiências de vida que lhe aguardavam. Vestia uma camisa simples, de cor azul claro coberta por um sobretudo preto que esvoaçava. Seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo que batia em sua bunda, coberta por uma calça cor bege escuro. Deparou-se com uma construção protegida por grades. A estrutura era bem feita, de cor clara com um acabamento impecável, como se lembrasse um pequeno castelo.
Cruzou os braços em frente ao portão, e apenas pode sussurrar para si mesmo ouvir: — Está fechado? ... talvez deveria ter vindo mais cedo. — Continuou ali, com os braços cruzados.

Por um momento, Aiden perguntou-se se realmente havia alguém ali. Após um certo momento, estava quase desistindo. " Talvez... " Sua mão direita ganhou um brilho avolumado de coloração dourada. Cerrou os punhos e a aura que envolvia seu membro "encorpou" mais; estava aproximando ainda mais da porta. "... eu deva destruir a porta. " Quando o madoshi estava a poucos centímetros de destroçar o obstáculo em zilhões de pedaços quando desta, um garoto de não mais do que 20 anos apareceu de trás desta.
Aiden rapidamente concentrou em sua magia para que esta desaparecesse, antes que ele pudesse notar.
— Que merda você está fazendo aqui essas horas? Precisa de algo? — Parecia irritado. Possuía um cabelo louro com uma franja que ocultava seus olhos. Aiden perguntou-se se alguém como ele, uma criança, era o mestre da guilda. Resolveu pronunciar-se:
— Prefiro falar com um mago membro da Sabertooth. Chame-o, por fav... espere. És um mago desta guilda, agora eu vejo. — Percebeu a marca em seu pescoço, revelando um tigre dente de sabre tatuado. Este saiu da guilda, ficando cara a cara com Aiden que voltava a cruzar os braços mais uma vez.
— Vim até aqui para unir minhas forças a guilda. Sou um mago. — Ao dizer esta última palavra, um vento gélido fez com que os seus cabelos dançassem e eriçasse os poucos pelos de seu braço.

O rapaz que outrora parecia incomodado com Aiden devido as horas, estava sorrindo para o madoshi. O garoto havia pedido para que mostrasse a sua magia para ele; seria isso realmente necessário? Aiden não gostaria de mostrá-lo, muito menos incomodar as estrelas por motivos tão fúteis, mas sabia que não tinha escolha.
— ... não concordo com vossa maneira de avaliar, mas não terei escolha, é o que pressinto. — Protestou o mago de cabelos azuis. — Olhe bem... — Com os braços ainda cruzados, Aiden fechou os olhos. Sentia-se no espaço, como se milhões de corpos celestes estivessem preenchendo sua pálpebra. Começou a concentrar uma certa quantidade de energia cósmica, onde o seu corpo adquiria um brilho avolumado de pigmentação dourada. Abriu os olhos, olhando para a palma de sua mão direita. Um fluxo direto desta energia estimulava a formação de uma esfera; o ar,  devido a utilização desta energia maciça acabara se tornando um tanto rarefeito. A concentração energética era extremamente densa. — ... este, é o meu poder. — E por fim, com a mesma palma da mão, fechou-a e toda a energia existente ali na esfera, se dissipou. O brilho do corpo de Aiden fora embora e o ar já estava normal. Aiden voltou a cruzar os braços, observando o loiro.

 Os olhos do rapaz, de alguma forma, brilhavam atrás de sua franja loira. Parecia ter se animado com a magia que Aiden possuía, embora este não se orgulhava nem um pouco desta; tudo o que causava era a destruição. O mago sabia que havia o poder das estrelas em suas mãos, mas tal habilidade não poderia ser totalmente controlada por um mero mortal. Seus pensamentos foram tomados de sua mente ao ver que o rapaz abria a porta, mandando-o segui-lo, e foi o que o homem de cabelos azuis o fez; adentrou no salão com uma luz ínfima iluminava - ou pelo menos tentava - o local.

Aiden pode observar que alguns cidadãos estavam sentados em algumas cadeiras, visivelmente embriagadas. Revirou os olhos. Tanto poder mágico e estava ali, sendo inutilizado por bêbados? Repugnante.  O homem o levou até o meio do salão, dizendo-o o seu nome e o questionando brevemente. Desta vez, diferente da entrada, o homem falava sério e Aiden tomou-se a liberdade de imaginar que havia adquirido um pouco de reconhecimento devido a sua magia rara.

— Meu nome é Aiden. — Preferiu não falar seu sobrenome, tendo receio de associarem aos acontecimentos com sua família.
— Não tenho motivos em especial para escolhê-la. Apenas segui o  caminho tracejado pelas estrelas, e aqui estou, a mando delas. Agora... o que pretendo fazer? Ganhar espaço na sociedade mágica, até me tornar um dos dez santos. — Disse com uma expressão séria, ainda cruzando os seus braços enquanto encarava o rapaz.
— Agora pergunto-me, Lúcifer... és o mestre da guilda? Desculpe-me intrometer desta forma, mas é a minha vez. Qual é a sua magia?

 Aiden perguntou-se o por quê do louro começar uma gargalhada, como se a pergunta tivesse sido a piada do século. O mago das estrelas começou a achar que aquele ser a sua frente era detentor de algum problema psicológico; de um momento para o outro, sua cara foi tomada por uma expressão fria e séria.

Em questão de instantes, o ar tornou-se rarefeito e pesado. Do chão, almas emergiam e envolviam o corpo de Lúcifer em uma dança singular. Os espíritos transponham ódio e nada além disso; Aiden perguntou-se o que havia acontecido a elas para ter aquele ódio de tanto tamanho. O salão todo olhava para o mago sombrio; e então, em questão de um piscar de olhos, os espíritos sumiam. Não sabia o nome daquela magia incomum, mas iria ser um alvo de seus estudos. Ao ser perguntado da marca, respondeu brevemente:
– Aqui. – Apontou para a parte interior de seu antebraço direito,  e não demorou para que fosse realizada tal marca com um carimbo mágico.

A partir daquele momento, ele era um Tigre Estelar.