[ENTRADA] Duo Grimoires

Seria um dia ruim para ingressar numa Guilda das Trevas? Acho que não, afinal, não há dia bom para cometer crime. Mantinha de qualquer forma minha respiração controlada a medida em que dava passos lentos e tão suaves quanto minha própria respiração. Deixava com que o clima se fizesse dono das sensações, uma vez que aproveitar cada sensação era importante, quando não se teria outra chance para tal. Deixava com que fosse guiado em linha reta por alguns minutos enquanto mantinha meus olhos fechados, não sabia onde ficava a Guilda. Tentaria observar qualquer prédio ou figura estranha na localidade, tal como pessoas e animais nas redondezas, cada detalhe faria diferença. O teste já poderia ter começado, em tudo, tentaria perceber outros magos que estariam no local, mantendo atenção para agir rápido se atacado, e elaborar estratégias se necessário.

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O sol que mantinha-se constante no cenário desértico, fazia com que minhas roupas monocromáticas ficassem ainda mais quentes, independente de tudo seria uma boa oportunidade para manter-me firme, não era do tipo de reclamar. Olhando para o lado via um jovem, de cabelos castanhos e pele anormalmente branca vindo em minha direção, julgava que aquela pessoa ou estava perdida, ou era um mago da Guilda das Trevas. – Saudações, homem, o que busca em um lugar tão sem vida ? – Não havia perguntado meu nome, mas parecia uma pergunta lírica, demonstrar meus interesses de cara não era algo que faria, então como de costume iria responder friamente em uma resposta curta.
 
─ Procuro por Revelação ─ Não faria nem ao menos contato visual com o garoto, enquanto que vestia meus óculos amarelos. Quando uma garota de pele clara e cabelos longos, parecia ser bem mais nova do  que eu, mas quando menos acreditei a menina lançou uma cortina de um material estranho e negro que cobriu toda a minha visão. Não era muito grande e poderia ser contornada com facilidade, entretanto, diria ao meu possível avaliador, julgando que o garoto ao meu lado provavelmente já fazia parte da Grimoire: ─ Então ela é uma maga? Denunciou estar perto da Guilda. Você vem comigo? Vou contornar a fumaça e depois, irei em linha reta. ─ Mantinha-me quieto após isso, como de praxe. E passava a andar novamente, mais algumas horas? Não, provavelmente minutos me separavam do prédio em questão.

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– E por quê eu daria a volta ? – Ficava surpreso com a inocência e a inexperiência do companheiro, o que denunciava não ser um mago profissional ainda, e claro, seu interesse pela guilda Grimoire Hearth. De qualquer forma contornava a fumaça, visualizando uma estrutura, aonde tanto a menina que outrora havia usado magia, tanto com um homem de aparência tão madura aparecia, repreendendo a jovem. Estando do lado do meu companheiro qual desconhecia o nome diria: ─ Você não sabe nada sobre a magia, aquilo tem a textura de lã. Se ela consegue deixar naquele estado quase gasoso, também provavelmente conseguiria endurecer-la, e se estivermos dentro, morreríamos se não conseguíssemos sair a tempo. Além de que, se eu estiver errado e aquilo for uma fumaça venenosa? Fácil de mais. Bom, não sou eu quem vou te ensinar isso, dedução é algo crucial num combate, não se pode atacar sem ter certeza que vai matar, em um combate de vida ou morte isso pode definir o vencedor. ─ De qualquer forma, mantinha os olhos fixos no homem que havia aparecido.
 
- Ele é doidinho. - Mantive a guarda alta, percebendo qualquer movimentação suspeita da garota, sua magia de antes havia me deixado em alerta. Passou por nós e sussurrou, saindo de cena. - Bem, se tiverem coragem o suficiente para vir até aqui, quem sabe... eu receba-os... - Naquele momento soube, não podia demonstrar hesitação, não podia recuar, com o olhar fixo começava a andar em sua direção. Não sabia de seus poderes, mas julgava poder anular-los e contra-atacar caso fosse atacado. Com uma expressão calma andava, um passo atrás do outro, em uma velocidade baixa, mantendo minha respiração calma e tranquila. Prosseguia enquanto que retirava uma das mãos do bolso, com a mão direita, mantinha esticada rente ao corpo. Retirava também a esquerda, abrindo as palmas e virando-as para o homem, como um ato de cordialidade e respeito, além de não baixar a guarda e poder usar minha magia, se for necessário.

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