[Treino] Uma estrangeira em busca de ascenção

Um novo país, um novo lugar, já não estava mais as margens do eterno mar, entre as ilhas em que afloravam guerras que já faziam apenas parte do cotidiano, um povo simplório que dentro de sua própria ambição findaram-se um a um até que não sobrasse mais ninguém para contar suas histórias senão eu e minha parceira Bristle. Neste novo lugar, a frágil paz parece reinar em geral, sem guerras ou grandes conflitos, toda perturbação vem de bandidos e pessoas com apreço pela desordem, como talvez seja uma boa descrição para mim. Não possuo o poder de outrora e nem destaco-me aqui para que chame atenção, uma estranha sensação de que preciso treinar me surge, como já não vem há muito tempo.

Um corpo resistente pode ser a chave ideal para uma vitória, como uma sobrevivente, sempre apreciei aprimorar minhas resistências e habilidade para lidar com ataques múltiplos mesmo quando desviar não parece possível. Acaricio em um dos becos do local a grande javali, sorrindo para mesma, afastando-me, abrindo meus braços e preparando-me. Desejo aumentar minha resistência a impactos físicos, enrijecer meu corpo, polir minhas cicatrizes e tornar-me alguém que as pessoas daqui não poderão ignorar. Alguém que perturbe o equilíbrio tedioso que prospera por vezes até nos locais em que um gostinho de caos devia reinar como as guildas negras.

- sem as pontas dos chifres, Bristle.

Bristle compreende meu comando sem muitas palavras, era uma sobrevivente como eu, uma combatente e sabia o gosto que estar em uma luta pela vida tinha para nós. Avançava sobre mim batendo de frente com a região do focinho em meu abdômen. Eu não caia, sentia o impacto deslizando para trás e tossindo em seguida pelo ar que escapava. Um certo sorriso em meu rosto pelo misto de prazer, adrenalina e dor, meus punhos cerrados me recuperando.

- De novo!...

Um golpe atrás do outro, sentindo cada toque mais intenso que o anterior pelas feridas prévias que já traziam consigo seu peso e fardo, meus grunhidos escapavam antes de cada brado de uma nova tentativa, assim como minha respiração ofegante e suor, frio, quente, umedecendo minha pele e minhas vestimentas colando-as sobre meu corpo alvo, torneando suas formas bem definidas e fartas. Meus olhos estremecem, divagando e tremendo conforme fica mais difícil manter minha consciência intacta. Satisfaço-me com os resultados de um primeiro treino, ciente, de que a cada dia torno-me mais voraz e poderosa.

- Basta por hoje.

Digo acariciando-a pela obediência e eficiência na prática.

Pet:

Um cenário brando dentro de uma das zonas mais afastadas de Shirotsume, uma cachoeira de água gélida, não congelada por completo apenas por seus caráter fluido e contínuo, sempre em movimento, assim como também eu busco me manter para que o frio da apatia não cesse meu caminhar e nem minha jornada ao mar cálido que o sucesso de minha ascensão como também uma guerreira poderosa em Fiore, como fui outrora nas ilhas do norte.

O ar ruge em meus pulmões como um brado violento de encorajamento e dor, um pouco de cada um e misturado as nuances de minha voz, a cada momento que meus punhos tocam a grande parede de pedra ao lado da queda de água que compõe a trilha sonora de meu treino junto às batidas de minha pele contra a pedra tão gelada quanto minha magia.

Especialista em golpes com os punhos ao que se trata da forma como prefiro lutar, justamente estes trabalho para a execução de golpes mais poderosos e as minhas pernas deixo todo jogo de movimentação e cintura que cabem a mobilidade de meus passos, aproximar e pressionar meu alvo o encurralando evitando os danos de resposta, esta é a forma como busco um combate em minhas ações, sempre pra cima, sempre estudando meu oponente por toda experiência em batalha que possuo e cortando seus meios de defesa e escapatório, cansando-o antes que eu mesma esteja cansada de mais para prosseguir.

- AAARRR

Um som grave e alto de minha voz acompanha um último esforço em um poderoso golpe, ignorando minhas mãos que já sangram e buscando uma força ainda superior a aplicada, um avanço real que justifique aquilo. O toque violento de minha destra contra a estrutura criando uma trinca na rocha era minha certeza e forma do aparentemente.

Pet:

Novamente desolada por um frio gélido e cheiro de vegetação úmida por toda água congelada que a cobria, desta vez, escolhi como âmbito de corrida e treino nenhum local senão aquele de maior movimento mesmo a cidade pacata, seu centro. Tinha um desejo em particular nisso além dos treinos, desejava ouvir as novas e fofocas, oportunidades como aquela do natal que passara-se a pouco que eu pudesse abraçar e aproveitar. Não seria em vão que faria aquilo, em verdade, algo muito interessante estaria para acontecer provinda de minha decisão talvez nada astuta, visto que contra meus ideais por aquilo poria minha vida em risco e sem necessidade.

Logo ao centro, chegando ao máximo de minha pouca velocidade, podia ouvir ao fundo de algumas conversas algo sobre uma missão qualquer, algo do conselho para um grupo de magos corajosos sobre perseguir criminosos. Se fosse corajosa, talvez, ainda poderia entrar naquilo e conquistar um pouco de glória e quem sabe, algo além do que apenas glória poderia estar reservado a mim escolhendo esse estranho caminho. Não exitaria em correr novamente rumo ao desconhecido dos rumores em uma zona mais florestal e com cavernas da cidade.

Passos rápidos, fôlego apertado e o fôlego que por vezes parecia querer escapar de mim, não o fazendo talvez por aquela temperatura tão agradável que o local possuía consigo e respirando. Não vacilaria entretanto até que algo de interessante fosse vislumbrado por mim, tocando a neve até ali passo a passo até um salto sobre uma alta montanha, com o vento tocando meus fios loiros e visão alçada ao horizonte. Aquela sensação era agradável, a de evoluir.

Pet: