A Sombra, Missão Rank D - Roses

A sombra

Em primeira impressão não podia sentir nada, uma missão tão misteriosa e nas redondezas da guilda me fazia me sentir tão corajoso e, valente, não era muito de me opor e brigar com as pessoas e quando precisava fazer isto, me sentia tão destemido, me achava  tanto que ficava bobo de uma hora para outra, gostava de esconder meus truques na manga ou no cabelo? estava prestes a iniciar a missão.  

— Ah sim claro, mas antes um trago. Puxei um cigarro o acendi tão rápido que me assustei com a tamanha agilidade, mas isso se resumia a uma coisa: ansiedade, sofrendo de ansiedade logo agora? — Esse não é o momento. Estava cada vez pior, a quantidade de cigarros tinham duplicado desde que entrei para a Phantom Lord, me daria grandes problemas no futuro, era uma sensação que vinha de dentro e a nicotina do cigarro iria me deixar tão fodido quanto um colete a prova de balas depois de ter recebido vários tiros, mas isso não iria acontecer de tão imediato, então poderia esquecer e seguir minha vida normalmente. Traguei uma, duas, três vezes, e olha que minha intenção era ter tragado apenas uma vez.

De frente ao espelho olhando meu próprio reflexo notava a insegurança bater e não seria nada fácil daqui pra frente, seria vida ou morte, ou seria paz e guerra, sem dúvidas eu queria trilhar na paz. Na minha paz.  Quando ultrapassam a minha trilha da paz, bem, basicamente o contrato é quebrado, é onde eu perco o juízo e extrapolo, minhas decisões sempre são corretas e efetivas, tão diretas e simples...

— É só você e, uma sombra. Ajeitava meu colete e minha gravata enquanto me analisava por completo, parecia que ia para um casamento ou um funeral, o meu funeral, não sabia nem o que era essa sombra monstruosa que surgia na região residencial do lugar.

A noite trazia consigo uma  formação de nuvens escuras e cinzentas e uma lua na sua fase minguante, uma parte dela faltava, não estava a brilhar por completo, sentia um vento frio suprimir tudo que sentia no momento, e me atentar a tudo que acontecia nas ruas. Afinal, não era pra tanto, poderia estar me preocupando com absolutamente nada, o meu medo era encontrar uma coisa tão grande e imensa quanto sua sombra, não tinha habilidades nenhuma em combates e coisas afins, ou seja, se isso realmente fosse do jeito que estava imaginando, hoje seria meu funeral.

As chamas dos candeeiros da rua se mexiam como tivessem vida própria, o vento estava mais forte do que antes e uma coisa muito estranha estava acontecendo por ali, fazendo tudo se remexer  e balançar de forma agressiva, pessoas fechavam a janela e portas de suas casas com medo sombra entrar, era difícil saber se a sombra que era feita pelas ruas era um tipo de magia ou era feita por algo monstruoso, mas se fosse por algo monstruosa seria percebível sua presença, então o que me restou?

Andava pelas ruas sem temer, pelo menos por fora, por dentro o medo me consumia.

— Então é você,  o quão apelativo se torna um ser humano a fim de causar medo nas pessoas? esse é seu prazer? Encarava a pessoa que usava um tipo de magia para fazer com que tudo aquilo acontecesse de maneira friamente calculada, o rapaz tinha domínio de sua magia e era bem fácil de perceber, mas o que não podia ver era seu rosto e nem sua verdadeira identidade. — Tirar vantagem das pessoas usando sua magia é tão covarde, olhe para você, do que precisa para sair daqui e nunca mais voltar? Era como se estivesse falando com o vento, não tomava as rédeas de algo por muito tempo, me sentia numa posição insegura e desconfortante para mim, pois sentia que meu papel tava trocado com ele.  

— Não quero problemas e acho que você também não quer... Tem como parar de usar sua magia até... eu terminar essa missão? não quero que as coisas fiquem sérias mas eu preciso tomar alguma decisão e fazer ou fingir que dei conta de tudo, o que me diz? as coisas podem ficar bem sérias pra você, mas no máximo eles te matam ou de torturam para saber que motivo faz isso durante a noite, eu acho bem mais viável você me escutar e parar com isso, deixa os ânimos se acalmarem... Depois fica tudo certo. Disse com um sorriso de lado, tentando convencer a outra pessoa de parar de fazer esses ataques de pânico nas pessoas que residiam por ali.

A pessoa não respondeu mas aceitava aquilo como um sim.

Buscaria minha recompensa pela missão, me sentia cansado por ter saído de casa em pleno horário em que podia estar dormindo, mas ganharia algo pelo trabalho...

Missão:

não quero dar nada